Morning call: balanços de bancos nos EUA e dados de serviços no Brasil são os destaques da agenda

Ibovespa prolongou perdas na véspera, na contramão das bolsas americanas

O morning call desta sexta-feira (12) destaca o início da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2024 nos Estados Unidos. Tradicionalmente, o pontapé no período de resultados financeiros é dados pelo grandes bancos americanos.

Dessa maneira, JPMorgan, Citi e Wells Fargo anunciam os números antes da abertura das bolsas de Nova York. A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, também informa pela manhã o desempenho entre janeiro e março.

Aqui no Brasil, na agenda de indicadores, o IBGE divulga às 9h o resultado do setor de serviços em fevereiro. Os dados podem estimular revisões para cima do PIB do Brasil em 2024.

Isso porque, na véspera, a “surpresa positiva” com o desempenho do varejo no mês deixou um viés de expansão maior da economia neste ano.

Pelas Projeções Broadcast, os agentes financeiros estimam um crescimento de 0,2% para o volume de serviços prestados em fevereiro, após alta de 0,7% em janeiro. Se confirmada, será a quarta variação positiva do setor.

Além disso, o mercado indica ainda uma expansão de 4,7% na comparação interanual. Entre os destaques deve estar a recuperação dos serviços prestados às famílias, em razão do mercado de trabalho aquecido e o aumento de salários.

Por último no morning call, entre os dados econômicos, o mercado deve repercutir o desempenho da balança comercial da China em março. Já a Argentina, do presidente Javier Milei, divulga a inflação do mesmo mês, às 16h.

Bolsas da Ásia fecham em baixa, com tombo de Hong Kong após exportações chinesas

As bolsas da Ásia encerraram os negócios desta sexta majoritariamente em baixa, com a de Hong Kong derrubada por dados fracos de exportação da China.

O Hang Seng, único índice de ações asiático relevante que ainda não havia fechado quando os últimos números da balança comercial chinesa foram divulgados, com algumas horas de atraso, amargou queda de 2,18% em Hong Kong, a 16,721,69 pontos.

Na comparação anual de março, as exportações chinesas sofreram uma inesperada queda de 7,5%, que contrariam previsão de alta de 0,1%. As importações do gigante asiático também decepcionaram.

Na China continental, onde os mercados já estavam fechados quando o indicador de comércio foi publicado, o dia também foi de perdas, lideradas por ações de energia e do setor imobiliário. O Xangai Composto caiu 0,49%, a 3.019,47 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,81%, a 1.707,71 pontos.

Em outras partes da Ásia, o Kospi cedeu 0,93% em Seul, a 2.681,82 pontos, à medida que o apetite por risco se enfraqueceu após o banco central sul-coreano, conhecido como BoK, deixar seu juro básico inalterado em 3,5% pela décima vez consecutiva, enquanto o Taiex registrou perda marginal de 0,08% em Taiwan, a 20.736,57 pontos.

Exceção, o japonês Nikkei subiu 0,21% em Tóquio, a 39.523,55 pontos, ajudado por ações de eletrônicos e da indústria real, graças em parte à fraqueza do iene.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, pressionada por ações de bancos e ligadas a consumo. O S&P/ASX 200 caiu 0,33% em Sydney, a 7.788,10 pontos.

Ibovespa não acompanha NY

Depois de flertar com os 130 mil pontos na terça-feira (9), o Ibovespa engatou o segundo pregão seguido de perdas, ainda na esteira da piora das perspectivas para os juros nos Estados Unidos.

Assim, o índice de referência da bolsa brasileira fechou a quinta-feira (11) em queda de 0,51%, aos 127.396 pontos. Enquanto o dólar, que tocou R$ 5,00 na mínima da semana, avançou 0,25% na véspera, cotado a R$ 5,09.

Esse movimento no mercado doméstico destoou dos negócios em Wall Street. Por lá, a desaceleração da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ajudou a restaurar os ânimos.

Dow Jones fechou estável, com leve baixa de 0,01%, e S&P subiu 0,74%. Nasdaq valorizou 1,68% e atingiu um novo recorde, aos 16.442 pontos.

Com informações da Dow Jones Newswires e do Estadão Conteúdo.