Morning call: Temor com economia dos EUA, Selic e balanços ditam ritmo do mercado nesta segunda-feira

O Morning call desta segunda-feira destaca o temor de uma recessão nos Estados Unidos, que está afetando o movimentos das bolsas de valores ao redor do mundo.

Como efeito, as ações na Ásia, Oceania e Europa despencam, assim como índices futuros das bolsas de Nova York, na segunda-feira (5).

O fluxo de vendas foi tão grande que os circuit breakers foram acionados em bolsas de valores por toda a Ásia.

No Brasil, no pré-mercado, às 8h50:

• Ibovespa futuro recuava 2,45%, aos 123.685 pontos
• Dólar à vista iniciava sessão em alta de 2,71%, a R$ 5,8641
• DI janeiro/2025 tinha taxa de 10,54% no início da sessão
• DI janeiro/2027 tinha taxa de 11,425% no início da sessão
• DI janeiro/2029 tinha taxa de 11,715% no início da sessão

Focus

No Brasil, o Boletim Focus, que deve atrair as atenções dos participantes do mercado após a decisão do Copom, na última quarta-feira (31). Os rumos da taxa Selic continuam no centro das atenções do mercado.

Entre as principais economias do mundo, o Brasil é praticamente o único país em que o mercado espera uma alta dos juros nos próximos 12 meses. Em quase todas os outros, a expectativa dos investidores é de redução nas taxas, exceto o Japão, que tem ciclo de política monetária peculiar.

Por aqui, as incertezas fiscais, as expectativas de inflação longe do centro da meta e a fraqueza do real são as principais causas disso. Mas, assim como os demais países, o Brasil enfrenta forte influência dos rumos da economia dos EUA. A expectativa de corte do juro pelo Fed pode conter expectativas de alta da Selic aqui, mas não define uma apreciação do real.

Na semana que passou, o Copom manteve a taxa Selic  em 10,50% ao ano. O tom do comunicado foi que a autoridade monetária vai se manter vigilante até ancorar as expectativas de inflação.

Hoje, mais cedo, o Bradesco (BBDC4) divulgou seu balanço para o segundo trimestre do ano.

O banco obteve lucro líquido de R$ 4,716 bilhões no segundo trimestre, o que representa alta de 12,0% ante o trimestre imediatamente anterior e avanço de 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado veio acima das projeções dos analistas consultados pelo Valor Econômico, que apontavam um ganho de R$ 4,380 bilhões.

Nos Estados Unidos, o índice de atividade do setor de serviços, com dados de julho, medido pelo ISM, é o principal destaque da agenda de indicadores da próxima segunda-feira, 5 de agosto.

Morning call: como a bolsa de valores fechou na sexta-feira?

O Ibovespa encerrou a sessão em queda firme na sexta-feira, influenciado pelo mau humor global diante de incertezas com a economia dos Estados Unidos, após dados para o mercado de trabalho dos EUA indicarem desaceleração na geração de empregos e uma alta inesperada na taxa de desemprego.

O principal índice de ações da bolsa caiu 1,21%, aos 125.854 pontos e acumulou recuo de 1,29% na semana.

O dólar fechou em queda na sexta-feira (2), devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando fechou no maior valor desde 21 de dezembro de 2021. Ao final da sessão de sexta, o dólar recuou 0,45%, cotado a R$ 5,7091. Alta de 0,91% na semana e de 17,65% no ano.

Morning call: no que prestar atenção

Após saques expressivos no primeiro semestre, os investidores estrangeiros registraram entradas líquidas na bolsa brasileira de R$ 3,55 bilhões no acumulado do mês de julho.

Foi o primeiro mês de superávit no fluxo de entrada de capital estrangeiro neste ano no mercado secundário (ações já em circulação), de acordo com dados divulgados pela B3.

O saldo no ano, porém, continua amplamente negativo e totaliza R$ 36,57 bilhões.

Balanços corporativos

Os grandes bancos e a Petrobras divulgam esta semana seus resultados para o segundo trimestre de 2024.

No setor elétrico, a Taesa reporta seu balanço nesta segunda. A estimativa do Itaú BBA aponta para um lucro de R$ 239 milhões no segundo trimestre de 2024, uma baixa de 2,9% na comparação com o mesmo período de 2023.

Logo na manhã desta segunda-feira (5), o Bradesco (BBDC4) divulga seus números.

Em seguida, o Itaú Unibanco (ITUB4) revela seus dados de desempenho de abril a junho na terça-feira (6), após o fechamento dos mercados.

Por sua vez, o Banco do Brasil (BBAS3) sai com seus números do segundo trimestre na noite de quarta-feira (7).

Veja as previsões de analistas para os maiores bancos brasileiros.

Já a Petrobras mostrará seu desempenho financeiro do segundo trimestre na noite de quinta-feira (8).

Além disso, a Inteligência Financeira também apresenta o calendário para divulgação de resultados de outras empresas do Ibovespa.

Como fecharam as bolsas nos Estados Unidos?

Nos Estados Unidos, o Dow Jones perdeu mais de 1,80%, enquanto Nasdaq e S&P 500 recuaram 1% e 2%, respectivamente.

O “medidor de medo” de Wall Street —o Vix— chegou ao nível mais alto desde março de 2023, e os rendimentos dos títulos do Tesouro de dez anos caíram 17 pontos-base, para 3,8%, acompanhando as apostas de cortes maiores do Fed.

Bolsas da Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com perdas expressivas nesta segunda-feira ainda sob efeito da forte queda na abertura do número de vagas nos EUA revelada pelo ‘payroll’ de julho. O relatório mostrou abertura de 114 mil novas vagas em julho, bem abaixo da expectativa de 185 mil.

O índice Nikkei caiu 12,4% para 31.458,2, a maior queda do indicador desde 20 de outubro de 1987, o ‘crash’ de Wall Street. Na sexta, o Nikkei já havia recuado 5,8%, com o índice perdendo todos os ganhos obtidos este ano e recuando mais de 25% da máxima registrada no mês passado.

Ações do setor financeiro e exportadoras concentram as quedas. O iene se valoriza 2,39% e é cotado a 142,203 ienes ante o dólar, ante 146,57 na sexta-feira.

O índice Kospi da Coreia do sul perde 8,8% a 2441,55 depois que as ações locais deixaram de ser negociadas seguindo uma forte queda na bolsa devido ao receio de que os EUA estão em recessão.

Foi a maior queda registrada desde 16 de outubro de 2008. Os principais perdedores foram ações de fabricantes de navios e de semicondutores.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 2,1% a 16582,77 e o Shanghai da China continental recuou 1,5% para 2860,70. Em Hong Kong, Cnooc caiu 7,1%, HSBC perdeu 6,7% e BYD recuou 6,3%. Na Índia, por volta das 7h10, o Sensex recuava 2,71% a 78.790,48 pontos.

Com informações do Valor Econômico.

Leia a seguir