IF Hoje: CMN, prévia do PIB, balanços e dados nos EUA devem ditar o tom da bolsa

Haddad volta a criticar juros em jantar com empresários: ‘não tem explicação’
Pontos-chave:
  • Hoje, à partir das 15h30, o ministro se junta ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para a reunião do CMN
  • Nos EUA os dados reforçam o poder da economia do país, que não vê a inflação arrefecer e faz as taxas de juros subirem, tirando atratividade de outros mercados

Os investidores acompanham hoje os desdobramentos das declarações do ministro Fernando Haddad, que voltou a criticar o patamar dos juros no País. Em jantar com empresários organizado pelo grupo Esfera Brasil ontem, o ministro disse que “taxa de juro real (descontada a inflação) de 8% no Brasil não tem explicação”.

Haddad afirmou ainda que “todo mundo tá com meta de inflação de 2% a 3%, mas com juros negativos. Quem tem juros positivos, tem juros que são metade do Brasil. 8% de taxa de juro real não tem explicação. Tínhamos que fortalecer mais o CMN (Conselho Monetário Nacional)”, disse.

CMN em clima de tensão

E é neste contexto, de tensão, que o ministro se junta ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, para a reunião do CMN, nesta quinta-feira (16). O Conselho realiza hoje, à partir das 15h30, o primeiro encontro em 2023 e a primeira reunião desde a posse do governo Lula.

Havia expectativa de que o Conselho pudesse discutir, já nesta primeira reunião, uma possível mudança na meta de inflação para 2023. A possibilidade, porém, foi negada pelo ministro Haddad, que afirmou que a discussão não está na pauta.

Ainda ontem, durante um evento do BTG Pactual, o ministro da Fazenda afirmou que a Pasta trabalha para apresentar, ainda em março, a proposta do novo arcabouço fiscal, fala que animou os investidores e fez o Ibovespa destoar do mercado externo, fechando em alta de 1,63%.

Além de Haddad, alguns nomes grandes do mercado financeiro estiveram presentes no evento e até demonstraram certa boa vontade com o governo e muito até defenderam a elevação da meta de inflação.

Efeito no Mercado

As falas de Haddad também derrubou as taxas de juros futuros no Brasil, tanto na cauda curta quanto na longa, os contratos caíram acima de 20 pontos base. O dólar, no entanto, andou alinhado ao mundo e a moeda subiu 0,44%, a R$ 5,22.

IBC-Br

Investidores também devem avaliar os números dos IBC-Br de dezembro, que avançou 0,29%, e notícias sobre a reunião do Conselho Monetário Nacional, que começa às 15h30, mas cujos comentários são divulgados às 18h.

O IBC-Br é um indicador calculado pelo Banco Central do Brasil, que funciona como uma prévia do PIB e ajuda a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros.

Nos Estados Unidos, novos dados sobre o consumo vieram acima do esperado e reforçaram o poder da economia americana, no entanto, quanto mais aquecida, mais tempo demora pra arrefecer a inflação e com isso as taxas de juros de lá seguem tirando a atratividade de outros mercados mundo afora, especialmente nos países emergentes, como Brasil.

Agenda dos indicadores

O Banco Central do Brasil divulga o IBC-Br de dezembro, às 9h.

Na Europa, pela manhã serão divulgadas as balanças comerciais na Itália e na Espanha.

Nos Estados Unidos, pedidos de seguro-desemprego, construção de novas casas, Inflação ao Produtor (IPP) e o núcleo IPP, medida preferida pelo Fed, que exclui custos de insumos básicos como energia e combustíveis.

Balanços do dia

Entre os balanços do dia, destaque para Azul (pela manhã), Lojas Renner, Vale e XP depois que mercado fechar.

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