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Mercado se divide sobre Vale (VALE3) após prévia dos resultados do 2º trimestre
Empresas citadas na reportagem:
O mercado financeiro não chegou a um consenso sobre as prévias operacionais de Vale (VALE3) para o segundo trimestre de 2023. O resultado, ao mesmo tempo em que gera otimismo para que a mineradora entregue números dentro de seu próprio guidance (previsões da própria companhia) no segundo semestre, transmite insegurança sobre a demanda pelo seu principal produto: o minério de ferro.
Bancos notam que as vendas de minério de ferro aumentaram para além da estimativa do mercado, subindo 2% na comparação anual. A produção da mineradora também animou, com alta de 18% ante o primeiro trimestre e 6% na base ano a ano, com produção recorde de um de seus principais polos. O problema, contudo, continua a ser a China e a perspectiva de desaceleração do gigante asiático.
BTG reitera recomendação de compra para Vale (VALE3)
Os dados da Vale divulgados na tarde de terça-feira (18) conferem otimismo aos papéis ordinários da empresa na bolsa, na avaliação do BTG Pactual. O banco de investimentos tem recomendação de compra para as ações ON (VALE3).
A prévia operacional da Vale foi interpretada como uma “surpresa positiva” por analistas do banco. Isso porque os dados comprovam que a empresa será mais do que capaz de alcançar seu guidance de produção de ferro de 310 a 320 milhões de toneladas. A produção recorde do sistema S11D, guiada pela melhora dos polos de Itabira e Vargem Grande, também levou o BTG a manter sua recomendação.
Apesar de o banco considerar o resultado do primeiro trimestre abaixo do padrão da Vale, analistas apontaram que o “ceticismo acerca do custo e volume” da Vale está “provavelmente exagerado”.
“Enquanto o mercado precisará de mais de um trimestre para recuperar sua confiança (em Vale), acreditamos que a diretoria está na direção correta”, diz o BTG. A Vale continua precificada para a recessão na China, com market cap de US$ 60 bi.
Mercado prevê Ebitda da Vale em US$ 4 bi
Do outro lado da margem, as vendas de finos e pelotas de ferro cresceram 34% no segundo trimestre em relação ao primeiro, o que pode ser explicado pela sazonalidade do setor, apontam analistas do Santander. A Vale vendeu 72 milhões de toneladas do minério, em linha com a estimativa de 73,5 milhões de toneladas do Santander.
Os preços do minério de ferro também se mantiveram dentro da expectativa, em US$ 98,5 por tonelada. O valor, por sua vez, reforça a previsão de Ebitda da Vale para o segundo tri, de US$ 4 bilhões, ou R$ 20 bi. O Itaú BBA estima um lucro antes de impostos, juros, dívidas, amortização e depreciação de US$ 4,1 bi.
Fora do seu principal produto, a Vale teve um resultado misto na divisão de metais básicos. A companhia divulgou aumento nas vendas de cobre, enquanto a alta na comercialização de níquel deixou a desejar.
A produção de cobre da Vale aumentou 18% no segundo trimestre ante o primeiro, e 41% em comparação com o mesmo período de 2022. Por consequência, as vendas do minério dispararam 43% em 2023 em relação a 2022.
O níquel, contudo, foi um dos pontos fracos da prévia. O Santander nota que houve piora de 10% na produção do minério na base trimestral.
O que preocupa, na opinião do Santander, é que o Ebitda da divisão de metais base pode prejudicar os resultados de Vale no segundo semestre. O Itaú BBA, por exemplo, diz que o setor pode ter “declínio” no lucro bruto devido aos preços mais baratos e custos de operação mais altos para extração de cobre, apesar do aumento de volume.
Banco Inter alerta para sensibilidade do papel à China
Em relatório, o Banco Inter afirma que reduziu as projeções de vendas da Vale (VALE3) para o ano. O banco não está tão otimista com o papel, já que a pressão sobre vendas oriundas da China apresenta “desafios” sem solução, por enquanto.
“Reduzimos nossas projeções de vendas para o ano, uma vez que a demanda na China segue com seus desafios, o que deve limitar a recuperação do volume vendido no segundo semestre de 2023” afirma em relatório Gabriela Cortez Joubert, analista do Inter.
“Os preços realizados de minério de ferro ficaram em US$ 98,5/t, seguindo a queda do produto referência, porém limitado pelo melhor mix de produtos, apesar dos menores prêmios nos mercados internacionais”, prossegue.
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