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Saiba como investir em tempos de inflação e juros em alta
Com novos indicadores econômicos sobre a mesa, o momento pode ser propício para recalcular a rota da carteira. Nesta semana, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) indicou que a Selic pode superar os 12% ao ano e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) trouxe a mais forte inflação para janeiro desde 2016, de 0,54%.
“Apesar de levemente abaixo do esperado, o número do IPCA foi ruim. Ainda há grande persistência inflacionária e é uma preocupação que o BC demonstrou na ata do Copom”, diz Marilia Fontes, sócia-fundadora da Nord Research.
Ela vê os juros acima de 12% ao ano e, por isso, recomenda produtos de renda fixa pós-fixado, como CDBs, LCIs, LCAs e títulos do Tesouro Direto, que refletem uma eventual alta da Selic. Da mesma forma, ela vê os produtos prefixados e híbridos (IPCA + juros) como arriscados, já que eles podem se desvalorizar em um cenário de juros mais altos.
“O BC sinalizou que a Selic indo a 12% e caindo, como o mercado precifica, ele não bate a meta de inflação. E os núcleos do IPCA estão muito pressionados, em valores recordes”, afirma Marilia.
Segundo a especialista, a Bolsa de Valores está menos atrativa nesse cenário, em que produtos seguros de renda fixa estão rendendo bem. Em ações, ela recomenda comprar apenas empresas que sejam boas pagadoras de dividendo “geralmente são setores que conseguem repassar a inflação ou aumentar a margem”.
Já Ariane Benedito, economista da CM Capital, desenha um cenário diferente. “Vemos a taxa de juros baixando entre o fim de 2022 e começo de 2023”.
Para aproveitar o atual patamar de juros, ela recomenda o investimento em títulos híbridos (IPCA + juros) de curto prazo (de 2 a 3 anos). “Existem produtos que rendem IPCA +6%”, diz Ariane.
Outra recomendação da economista são os títulos prefixados, que estão rendendo atualmente entre 12% e 13% ao ano, e fundos de crédito privado.
Com relação à Bolsa, a dica de Ariane são as ações de commodities, saneamento, energia e grandes bancos, que são “beneficiados por um cenários de juros e inflação altos e estão com os balanços dentro das expectativas do mercado.”
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