IPCA acelera 0,56% em dezembro e fecha 2023 em 4,62%; veja os destaques

A inflação no Brasil ficou dentro da meta pela primeira vez desde 2020

O IBGE informou nesta quinta-feira (11) que o IPCA avançou 0,56% em dezembro após a alta de 0,28% em novembro.

Com o resultado, a inflação oficial brasileira fechou 2023 em 4,62% ante 4,68% da leitura do mês anterior.

Essa é a primeira vez desde 2020 que o índice de preços aos consumidores no acumulado em 12 meses fica dentro do teto da meta, que era de 4,75%.

Relembrando, o IPCA saltou 10,06% em 2021 e bateu 5,79% em 2022.

Isso significa que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não precisará justificar os motivos de um novo estouro ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Com relação às expectativas dos agentes financeiros, o IPCA de dezembro ficou acima do esperado.

As medianas de estimativas eram de 0,49% para a índice mensal e de 4,55% para a soma em um ano, conforme as Projeções Broadcast.

Alimentação mais cara em dezembro

Entre os destaques mensais do IPCA, o IBGE apontou que todos os nove grupos de produtos e serviços tiveram alta.

Dessa forma, a maior veio de alimentação e bebidas (1,11%), que acelerou em relação a novembro (0,63%).

Adicionalmente, o grupo exerceu o maior impacto sobre o índice geral geral (0,23 ponto percentual).

Com o aumento nos preços da batata-inglesa (19,09%), do feijão-carioca (13,79%), do arroz (5,81%) e das frutas (3,37%), a alimentação no domicílio subiu 1,34%.

Por outro lado, o preço do leite longa vida baixou pelo sétimo mês seguido (-1,26%).

No mesmo período, a alimentação fora do domicílio (0,53%) avançou frente ao mês anterior (0,32%), com as altas do lanche (0,74%) e da refeição (0,48%).

Posteriormente, o grupo dos transportes (0,48%) foi o segundo que mais pesou no IPCA de dezembro (0,10 p.p).

Sendo que as passagens aéreas (8,87%) continuaram subindo.

Esse foi o quarto mês seguido com variações positivas desse subitem, que representou o maior impacto individual sobre a inflação do país (0,08 p.p.).

Contudo, todos os combustíveis pesquisados (-0,50%) tiveram deflação: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%).

Em habitação (0,34%), que desacelerou na comparação com novembro (0,48%), os destaques foram as altas da energia elétrica residencial (0,54%), da taxa de água e esgoto (0,85%) e do gás encanado (1,25%).

Os demais grupos, conforme o IBGE registraram os seguintes resultados:

– Artigos de residência (0,76%);

– Vestuário (0,70%);

– Despesas pessoais (0,48%);

– Saúde e cuidados pessoais (0,35%);

– Educação (0,24%);

– Comunicação (0,04%).

Gasolina pesou em 2023

Levando em consideração o acumulado nos 12 meses do ano, o maior impacto veio do grupo transportes (7,14%).

Isso com a alta da gasolina (12,09%) puxando a fila dos produtos que mais pressionaram a inflação no Brasil.

Vale lembrar que esse combustível tem o maior peso entre os subitens pesquisados no IPCA e, no ano, exerceu a maior contribuição individual (0,56 p.p.) para o resultado geral.

Outras altas relevantes no grupo foram do emplacamento e licença (21,22%) e das passagens aéreas (47,24%).

Por outro lado, os preços dos automóveis novos (2,37%) desaceleraram em relação a 2022 (8,19%), enquanto os dos usados recuaram 4,80%.

No grupo de alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, a alta no ano foi de 1,03%.

O resultado, explica o IBGE, se deve à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%).

Houve deflação do óleo de soja (-28,00%) do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%).

Finalmente, outros grupos de destaque no acumulado do IPCA 2023 foram saúde e cuidados pessoais (6,58%) e habitação (5,06%).