Inepar (INEP4) sobe mais de 10% após protocolar pedido de encerramento da recuperação judicial
Inepar está em recuperação judicial desde 2014, quando a Petrobras rompeu contrato de R$ 1,3 bilhão no contexto da Lava Jato
As ações da Inepar (INEP4) se destacam entre as maiores altas da Bolsa nesta sexta-feira (9), após protocolar pedido de encerramento do seu processo de recuperação judicial.
Há pouco, as ações ordinárias tinham alta de 14,2%, cotadas em R$ 0,88, enquanto as preferenciais avançam 11,6%, a R$ 0,86, ambas com volume de negociações quase seis vezes maior do que ontem.
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A empresa não comunicou o fato à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas a petição começou a circular entre investidores nas redes sociais. O documento, obtido pelo Valor, aponta que a Inepar conseguiu quitar o saldo de R$ 2,4 bilhões que era devido às quatro classes de credores da companhia.
Além do pagamento dos valores devidos no biênio de fiscalização, ponto necessário para a fim do processo de recuperação judicial, a Inepar destaca que desde 2016 o montante devido ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está separado em conta judicial e pronta para ser quitada.
Encerramento mesmo após vendas
A Inepar acredita que o pedido para encerramento do processo judicial pode acontecer mesmo com a conclusão da venda das unidades produtivas isoladas (UPI) IPM e IOG, que estão em um envolvendo disputa entre as potenciais compradoras Melville e Sefran, uma vez que a empresa diz ter assegurado os recursos necessários.
“Pelas razões acima expostas, o Grupo Inepar requer seja declarado o cumprimento das obrigações creditórias no curso do período de supervisão judicial, que enseja o encerramento desta Recuperação Judicial”, escrevem os advogados do escritório Galdino & Coelho, que representam a empresa.
Lava Jato
A Inepar está em recuperação judicial desde 2014, logo após a Petrobras romper um contrato de R$ 1,3 bilhão com uma de suas subsidiárias, no contexto da Operação Lava-Jato. A companhia hoje tem valor de mercado de R$ 155 milhões, cerca de 2% do que valia em 2007, quando era um dos maiores conglomerados industriais do país.