Seis a cada 10 empresas não sobrevivem após 5 anos no Brasil, diz IBGE

Responsável pela pesquisa afirma que esse comportamento não é exclusivo do Brasil e há relação com questões estruturais e de eficiência das companhias, além dos movimentos de aquisição e fusão do mercado

Cerca de seis a cada dez empresas nascidas no Brasil não sobreviveram após cinco anos de existência.

Essa é a conclusão da pesquisa Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2022, divulgada pelo IBGE.

Das empresas fundadas em 2017, apenas 37,3% haviam mantido as portas abertas até 2022.

O estudo mostra que a chamada taxa de sobrevivência das empresas — que representa a parcela de companhias que continuam a operar — vai diminuindo ao longo dos anos.

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    Em 2018, um ano após a criação das companhias, 76,2% haviam sobrevivido.

    Em 2019, a taxa caiu para 59,6%.

    Depois, chegou a 49,4% em 2020 e a 42,3% em 2021, primeiro ano completo de pandemia.

    Impactos da pandemia nas empresas

    De acordo com Eliseu Oliveira, analista da pesquisa, não é possível afirmar que a queda nas taxas têm relação direta com a emergência sanitária.

    Isso porque os dados não captam o ciclo completo da pandemia.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência sanitária global de covid-19 em maio de 2023.

    “É natural que a taxa de sobrevivência dessas empresas caia ao longo do tempo pelas dificuldades que encontram ao longo do caminho, como concorrência, gestão, enfim”.

    “Mas a gente não pode afirmar a influência de fatores macroeconômicos como a pandemia porque a gente ainda precisa avaliar o encerramento desse ciclo [de pandemia]”, afirmou.

    Tendência global

    O gerente da pesquisa, Thiago Ferreira, observa que esse comportamento não é exclusivo do Brasil e tem relação com questões estruturais e de eficiência das companhias, além dos movimentos de aquisição e fusão do mercado.

    A pesquisa também mostra que quanto maior o porte da empresa, maior a taxa de sobrevivência.

    Entre as empresas de maior porte, com 50 ou mais pessoas ocupadas assalariadas, a taxa de sobrevivência foi de 60,9% em cinco anos.

    Nas de médio porte, com 10 a 40 funcionários, foi de 55,4% no mesmo período.

    A taxa caiu para 35,9% nas companhias menores, com 1 a 9 empregados.

    “O custo de saída para uma empresa dessa [de maior porte] é maior”.

    “Também é uma empresa que tem mais acesso a capital, ou de um setor que tem maior capital imobilizado”, nota Ferreira.

    Recorte por regiões brasileiras

    Sob a ótica regional, as regiões Sudeste e Sul têm a maior probabilidade de sobrevivência de empresas, ambas com taxas de 38,3% no quinto ano de existência.

    Em seguida, vem Nordeste (37,9%), Norte (36,6%) e Centro-Oeste (35,6%).

    Entre os Estados, a maior taxa de sobrevivência foi em Sergipe (40,5%) e a menor no Amapá (27,9%).

    O estudo publicado hoje é um recorte do Cadastro Central de Empresas (Cempre).

    Perfil da pesquisa

    De acordo com o levantamento, o Brasil tinha 7,9 milhões empresas ativas em 2022.

    Dessas, 2,6 milhões eram empregadoras.

    Essas empresas mantinham 40,5 milhões de pessoas ocupadas, sendo 36,5 milhões como assalariadas.

    Os salários e outras remunerações pagos por essas entidades totalizaram R$ 1,4 trilhão, com um salário médio mensal de R$ 3,1 mil.

    Até a edição passada, a pesquisa de demografia das empresas do IBGE analisava todas as entidades empresariais ativas, inclusive as não empregadoras.

    A partir deste ano, porém, sofreu uma alteração metodológica que considera apenas as companhias empregadoras.

    Com informações do Valor Econômico

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