A inflação do Brasil vai fechar acima de 10% pela primeira vez desde 2015. A disparada dos combustíveis e o encarecimento da conta de energia foram os principais fatores que pressionaram os preços aos consumidores ao longo de 2021. Os alimentos também contribuíram para que os brasileiros sentissem no bolso os efeitos da perda de poder de compra.
O topo da lista é ocupado pelo açúcar refinado, que saltou 53,05% em um ano. O maracujá (52,02%) aparece na sequência, com o filé mignon (39,07%) fechando o pódio do que ficou mais caro. Do lado negativo, a boa notícia veio das frutas: o preço do limão caiu 18,50%, o da maçã 16,30% e o da banana da terra recuou 11,05%.
“Boa parte da inflação que sofremos em 2021 é culpa do cenário climático que castigou a produção agrícola brasileira até meados de outubro, com um impacto forte nas proteínas, altamente dependentes do milho e da soja para compor sua alimentação”, observou o economista Matheus Peçanha, pesquisador do FGV IBRE. “Mesmo agora com a melhoria no cenário climático, há alguma demora no repasse da queda pela cadeia, além de outros custos que ainda impactam esse mercado, como o diesel em virtude do preço dos fretes”, completou.
Os vilões da inflação dos alimentos (variação em 12 meses)
Açúcar refinado (53,03%) Maracujá (52,02%) Filé-mignon (39,07%) Café em pó (38,69%) Alimentos preparados e congelados de carne bovina (33,71%) Pimentão (31,68%) Açúcar cristal (31,25%) Frango em pedaços (28,68%) Feijão-fradinho (25,97%) Pá/paleta (25,57%)
Os mocinhos da inflação dos alimentos (variação em 12 meses)
Limão (-18,50%) Maçã (-16,30%) Banana da terra (-11,05%) Arroz (-8,27%) Banana nanica (-4,17%) Feijão mulatinho (-2,02%) Uva (-1,84%) Pernil suíno (-1,27%) Sucos de fruta (-0,66%) Fígado bovino (-0,37%)