Montadoras confirmam descontos em carros populares; veja preços de alguns modelos

Volkswagen, Renault, Toyota e Fiat aplicam descontos em modelos de carro popular após programa de incentivo à indústria do governo federal

Após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar um programa temporário de descontos para a indústria de carros e automóveis, montadoras que atuam no Brasil fizeram reajuste de preços de modelos de ‘carro popular’. Volkswagen, Renault, Toyota, Honda, Fiat, Peugeot e Jeep anunciaram cortes no valor de modelos abaixo de R$ 120 mil elegíveis ao incentivo federal.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, (MDIC) o desconto pode chegar a 45% dos modelos disponíveis no mercado. O corte nos preços está na faixa de R$ 2 mil a R$ 8 mil para carros, e de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil para caminhões e ônibus com mais de 20 anos de uso.

Volkswagen dará descontos em carros populares

A Volkswagen enviou à Inteligência Financeira uma nova tabela com o reajuste de preço para cinco modelos de automóveis. Entre eles, estão veículos de entrada da marca, como o Polo e o sedan Virtus, que terão descontos entre 3,89% e 8,90%.

Já a linha da pickup Saveiro terá um desconto máximo de 4,55%, enquanto a SUV T-Cross Sense terá um desconto único para o modelo automático, de 7,22%.

De acordo com o MDIC, os descontos podem ir de 1,6% a 11,6%, mas as montadoras podem cortar ainda mais os preços na hora da compra do automóvel.

Veja tabela de descontos em carros da Volkswagen

Confira abaixo os modelos da linha da Volkswagen que ficaram mais baratos após a política do governo:

ModeloPreço antes do descontoPreço após o descontoDesconto
Novo Polo Track versão 1.0a partir de R$ 82.290a partir de R$ 74.9908,90%
Novo Polo versão 1.0 a partir de R$ 86.390a partir de R$ 78.3909,26%
Novo Polo TSIa partir de R$ 95.990a partir de R$ 89.9906,25%
Novo Polo Comfortline TSIa partir de R$ 106.290a partir de R$ 102.5003,56%
Novo Polo Highline TSIa partir de R$ 113.290a partir de R$ 108.2904,41%
Virtus TSI Automáticoa partir de R$ 104.390a partir de R$ 98.8904,76%
Virtus TSI Manuala partir de R$ 115.390a partir de R$ 110.8903,89%
Saveiro Cabine Simples Robusta partir de R$ 94.490a partir de R$ 90.1904,55%
Saveiro Cabine Simples Trendlinea partir de R$ 99.380a partir de R$ 95.0804,32%
Saveiro Cabine Dupla Robusta partir de R$ 108.780a partir de R$ 104.4803,95%
T-Cross Sense Automáticaa partir de R$ 116.550 a partir de R$ 107.5507,72%

A montadora não informou à reportagem se caminhões e ônibus da marca estão sujeitos a algum tipo de desconto.

Carros da Fiat ganham novos preços

A fabricante italiana Fiat repassou os descontos cedidos ao governo federal a seis modelos de sua linha, que vão desde o carro popular da marca, o Mobi, à pickup Fiorino.

O Fiat Mobi passou a valer menos de R$ 60 mil, com redução total de R$ 10 mil, graças ao desconto acrescentado pela montadora ao lado do corte máximo oferecido pelo governo. O Mobi Like 1.0 agora custa R$ 58.990, enquanto a versão Trekking 1.0 teve redução de R$ 7 mil. O novo preço desta versão agora é R$ 62.250.

O Fiat Argo também teve desconto, de acordo com a montadora. O maior corte foi na versão 1.0 do carro, de R$ 11.050, passando a valer R$ 68.780.

Quanto ao modelo mais compacto da fabricante italiana, o Cronos, o maior desconto é na versão Drive 1.0, de cerca de R$ 10 mil, com novo preço de R$ 78.190 no mercado. No campo das pickups, a Fiat Strada teve o menor desconto médio dentre carros da montadora incluídos no pacote do governo. A Strada Freedom Cabin Plus passou a valer R$ 100.990 após receber R$ 5 mil em desconto.

Toyota, Renault e Honda confirmam descontos

A Renault afirmou por comunicado que um de seus carros mais populares, o Kwid, passou a custar R$ 58.990. Isso porque, além do desconto máximo aplicado ao modelo da montadora francesa, de R$ 8 mil, a companhia acrescentou R$ 2 mil ao desconto total.

Segundo a Renault, o desconto adicional visa “garantir um preço ainda mais acessível aos clientes”. Para o vice-presidente comercial da Renault, Bruno Hohmann, o novo preço do Kwid, anteriormente avaliado em R$ 68.990 “representa uma conquista” para clientes da marcas.

A Renault confirmou à IF que, além do Kwid, o time comercial da empresa está efetuando o cálculo em outros cinco modelos da montadora: o popular Logan, o Renault Duster, o Stepway, o Renault Master e a pickup Renault Oroch.

Além de Volkswagen e Renault, a Toyota confirmou que está realizando os mesmos cálculos nos modelos da marca que estão elegíveis a descontos do governo.

Os modelos de entrada da Toyota, o Yaris Hackback e Yaris Sedan, farão parte do programa do governo. O modelo é considerado o carro popular da japonesa, e ambos custam a partir de R$ 97.990.

Em nota enviada à reportagem, a Honda disse que o modelo Honda New City EX se enquadra na categoria proposta pelo governo federal. “A Honda possui em seu line-up o modelo New City sedan, na versão EX, cujo preço público sugerido é de R$ 118.700,00 e enquadra-se na categoria de valor proposta pelo governo na nova política”, disse a montadora.

Jeep Renegade terá desconto médio de 11%

A Jeep, marca da Stellantis, anunciou descontos para dois modelos do Jeep Renegade após o programa do governo Lula.

O Jeep Renegade 1.3 Turbo sai do preço de R$ 125.990 para R$ 115.990 – desconto de 7,9% -, mesmo preço da versão Sport, que anteriormente era avaliada em R$ 134.990 – um corte de 14% no preço.

A marca afirma que os descontos já estão em vigor para os dois modelos do Jeep Renegade. “Essas condições já estão em vigor em todas as concessionárias Jeep no país e os clientes ainda podem contar com uma oferta de financiamento desses modelos com taxa zero.

A Hyundai e a General Motors não retornaram ao pedido de posicionamento da reportagem até o horário de publicação. “Os preços já estão válidos para toda Rede de concessionárias do Brasil via canal de vendas direta para pessoa física”, diz a montadora em nota

Pegeout e Citroen barateiam modelos de entrada

As francesas Peugeot e Citroën também confirmaram desconto para seus modelos de entrada. O carro popular da Citroen, o C3, passou a valer R$ 62.990 após o programa do governo federal. Todas as versões do carro, do 1.0 ao 1.6, tiveram um corte nos preços que passa a vigorar imediatamente, segundo a montadora.

Confira a tabela com os novos preços do Cintroën C3:

ModelosPreços com desconto
C3 1.0 LiveR$ 62.990
C3 1.0 Live PackR$ 70.990
C3 1.0 FeelR$ 74.990
C3 1.6 FeelR$ 84.990
C3 1.6 Feel Pack AutomáticoR$ 93.790

A Peugeot, por sua vez, anunciou um desconto para a linha Peugeot 208, modelo de entrada da montadora francesa. Com o programa do governo, o preço do 208 saiu de R$ 69.990 para R$ 62.990, na versão Like manual.

Além da versão Like, a Peugeot baixou o preço do Peugeout 208 Style 1.0, que saiu de R$ 86.990 para R$75.990.

Incentivo do governo quer resgatar ‘carro popular’

Além do desconto para carros com valor de mercado de até R$ 120 mil, o governo vai destinar R$ 1,5 bilhão para a renovação de frotas de carros e caminhões. Para o governo, o programa tem a missão de baratear os carros populares e estimular a indústria automotiva.

Do R$ 1,5 bi destinados para renovar as frotas de automóveis, R$ 500 milhões serão repassados a linhas de carros leves e de baixa poluição, enquanto R$ 1 bi irá para montadoras de transporte de carga.

O foco da medida é diminuir o nível de poluentes emitidos por automóveis no Brasil. No ramo dos caminhões, o governo quer que a frota renovada use o padrão de motor Euro6, e não o Euro5, que funciona à base do diesel.

“Estamos procurando estimular a renovação da frota. O objetivo disso é tirar o ônibus velho ou o caminhão velho de circulação, que tem mais de 20 anos de uso, que está poluindo, com problema mecânico. Esse estímulo exige que seja retirado esse veículo”, disse o vice-presidente de ministro do MDIC, Geraldo Alckmin (PSB).

Outro objetivo do programa é reestimular a produção da indústria automotiva, paralisada nos últimos meses pela falta de demanda por carros novos. O setor, segundo dados do governo, é responsável por 20% do PIB da Indústria e está com 50% de ociosidade.

“E nós entendemos que é uma medida transitória”, afirmou Alckmin.

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