Moeda única: vai ser bom para você, Brasil e Argentina terem uma moeda comum?

Poder de compra da moeda vai depender de como os países vão conter a escalada da inflação

O presidente Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciaram o estudo da moeda única. Ela seria bom para você e para o Brasil? A integração dos países na América do Sul foi colocada como prioridade do presidente Lula ainda na campanha eleitoral. A moeda única ajudaria neste objetivo.

Uma única moeda facilitaria as transações comerciais entre os dois países, ou seja, nas importações e exportações, sem necessidade de câmbio, conversão para o dólar.  Os dois governos divulgaram que não vão acabar com o Real ou com o dólar.

Estive na Argentina no começo deste ano e conversei com empresários argentinos sobre a ideia da moeda única, já mencionada quando o presidente Lula tomou posse. Eles disseram que passam por uma restrição de caixa grande, o que dificulta o relacionamento comercial com o Brasil.

A Argentina sempre foi um importante parceiro comercial do Brasil, mas as trocas comerciais entre os países regrediram, sobretudo diante da crise econômica no país vizinho.

Durante minha estadia na Argentina, um dos empresários me contou que pagava seus fornecedores brasileiros em dinheiro vivo por causa da hiperinflação que chegou a quase 100% ao ano no final de 2022.  Aqui na IF, você encontrará mais sobre a inflação argentina.

O empresário argentino me disse que colocava mais de R$ 100 mil dólares na mala para ser transportada no carro. Nos dois países, é proibido carregar essa quantia em espécie.

O problema é que o dólar, como proteção contra a hiperinflação pelos argentinos, não passa pelo Banco Central e nem pela Receita Federal.

A moeda única facilitaria muito a vida desse empresário e ainda aumentaria a arrecadação de impostos dos dois países. Falo mais sobre a moeda única no vídeo aqui na Inteligência Financeira.


Leia a seguir

Leia a seguir