Veja como deve ser o ritmo de queda da Selic em 2023, segundo o Itaú Unibanco

Banco reduziu para 12% a previsão para a taxa básica de juros no fim do ano

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (10), o Itaú Unibanco reduziu de 12,25% para 12% a previsão para a Selic no encerramento de 2023. Para o banco, a taxa básica de juros, que atualmente está em 13,75%, deve começar a cair na reunião de agosto do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).

O primeiro corte esperado pela instituição é de 0,25 ponto percentual.

“O Copom indicou que a maioria dos seus membros já vê condições (inflação mais baixa e menor desvio de expectativas em relação à meta) que dariam confiança para iniciar, com parcimônia, um ciclo de flexibilização na próxima reunião”, diz o texto assinado por Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

“Com base nessa sinalização, esperamos redução dos juros em agosto de 13,75% para 13,50% ao ano. A parcimônia citada no texto nos leva a crer que esse primeiro movimento teria magnitude mais contida”, acrescenta.

Para as reuniões seguintes, o banco enxerga uma aceleração do ritmo de cortes para 0,50 ponto percentual.

“Apesar de a curva de juros de mercado já contemplar a possibilidade de movimentos mais intensos, entendemos que o ciclo de flexibilização ocorrerá em um ambiente em que núcleos de inflação e expectativas recuam, mas vindo de patamares elevados, a atividade econômica se mantém resiliente e o mercado de trabalho está aquecido”, prossegue o relatório.

Ademais, na visão do Itaú, embora o novo arcabouço fiscal tenha reduzido incertezas, o juro que equilibra a economia parece ser maior hoje do que no passado recente.

“Como afirmou o próprio Copom, que revisou sua estimativa de juro real neutro de 4,0% para 4,5%. Tais fatores devem inspirar cautela na condução do afrouxamento monetário”, observa a instituição.

“Revisamos nossas projeções para a taxa Selic ao final de 2023, de 12,25% para 12,00% ao ano, e de 10,00% para 9,50% ao final de 2024”, destaca o texto de Mesquita.

O relatório lembra que a revisão de cenário dependia sobremaneira da manutenção pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) da meta de inflação em 3% e de seu intervalo de tolerância em 1,5 p.p. (acima ou abaixo dessa meta) para 2024 em diante.

“Tal expectativa se confirmou no fim de junho, junto com a já antecipada alteração do regime de metas no ano calendário para uma meta contínua, que pode trazer ganhos marginais ao regime monetário (os detalhes da mudança dependem de um decreto, ainda em elaboração)”, cita o banco.

“A escolha do CMN contribuiu para reduzir a percepção de riscos tanto a respeito desse tópico específico quanto de forma mais ampla”, destaca o texto.

Por fim, o Itaú indica que outro evento importante para o futuro da política monetária foi a confirmação pelo Senado dos novos diretores do BC. Gabriel Galípolo assumiu a diretoria de Política Monetária e Ailton Aquino a diretoria de Fiscalização, ambos com mandatos de quatro anos.

“Como membros do Copom, será importante acompanhar suas primeiras declarações públicas a respeito da política monetária”, finaliza o relatório.

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