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IPCA de agosto mostra dificuldade de ‘domar’ inflação sem ‘calmantes’ do governo, diz Alfa
Entre boas e más notícias, o saldo do IPCA de agosto foi negativo, na avaliação de Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa.
Após queda de 0,68% em julho, o IPCA de agosto recuou 0,36%, uma contração menor do que a esperada pela mediana do Valor Data (-0,4%) e pela estimativa do Alfa (-0,42%).
“Apesar da taxa acumulada em 12 meses ter recuado significantemente, o resultado do índice geral veio mais alto do que o esperado e os indicadores qualitativos vieram piores do que o esperado, mostrando a dificuldade de se ‘domar’ a inflação sem os ‘calmantes’ do governo”, escreve Leal em relatório.
Mais uma vez, aponta o economista, os responsáveis pela queda do IPCA foram os combustíveis, com destaque para a gasolina, que caiu 11,64%. A deflação neste item foi determinante para a magnitude do recuo do IPCA, diz Leal, mas os preços administrados em geral tiveram variação negativa, como a energia elétrica e os planos de telefonia.
Nas medidas subjacentes, os serviços, mesmo ainda altos, desaceleraram pelo segundo mês seguido, passando de 0,79% para 0,73%, o menor valor desde novembro de 2021 (0,42%), segundo Leal. Do lado das más notícias, os bens industriais subjacentes passaram de 0,42% para 1,59%, o maior valor desde dezembro do ano passado (1,80%), afirma.
Outro fator desfavorável veio da média dos núcleos — medidas que tentam suavizar o efeito de itens mais voláteis — e do índice de difusão, que mede a porcentagem de itens em alta. “A primeira passou de 0,53% para 0,66%, interrompendo uma sequência de quatro meses de desaceleração. Situação parecida aconteceu com o índice de difusão que passou de 62,86% para 65,25%, interrompendo três meses de redução”, comenta Leal.
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