Chuvas no RS podem tirar até 0,3 ponto percentual do PIB em 2024, diz XP

Na avaliação da XP, em termos de proporção do Rio Grande do Sul ao PIB total, talvez o impacto direto mais forte ocorrerá em um primeiro momento na agricultura, especialmente arroz e soja

Ainda que seja cedo para mensurar o impacto da tragédia no Rio Grande do Sul sobre a atividade econômica em todo o país, as fortes chuvas podem tirar até 0,3 ponto percentual do PIB neste ano, afirma Rodolfo Margato, economista da XP.

“Para o PIB, o impacto é negativo. Em termos de proporção do Rio Grande do Sul ao PIB total, talvez o impacto direto mais forte ocorrerá em um primeiro momento na agricultura, especialmente arroz e soja, já que o Estado é um player importante no setor”, diz. “Também haverá consequências para a indústria moveleira, químicos, metalmecânica, calçados e artefatos de couro.”

Para o comércio, argumenta, a incerteza é ainda mais elevada. “Há dúvida sobre o restabelecimento de operações, quanto tempo será necessário para reativar a atividade. Fazer esse balanço é muito difícil neste momento, mas há um impacto líquido negativo para para o PIB do Estado, em um primeiro momento, e para o PIB do Brasil”, diz.

“Fazendo contas sem grandes detalhamentos, acreditamos que [esse impacto] pode chegar a 0,2 ou 0,3 ponto percentual do PIB do Brasil neste ano”, afirma Margato. “A partir de maio devemos começar a ver o impacto no comércio varejista no Rio Grande do Sul.”

O economista afirma, contudo, que o impacto entre 0,2 e 0,3 ponto percentual no PIB não está incluído no cenário base da XP.

“Esperamos hoje alta de 2,2% do PIB em 2024, com viés de baixa. Por enquanto, tratamos essa estimativa de impacto como fator de risco, de viés baixista”, afirma.

Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico