Bill Ackman: ‘Quantas falências bancárias desnecessárias precisamos ver antes do governo americano acordar?’

O bilionário, fundador da Pershing Square, alerta que o sistema bancário regional dos EUA está em risco

O bilionário investidor americano Bill Ackman, fundador da gestora de fundos de hedge Pershing Square, afirmou que o sistema bancário regional os Estados Unidos está em risco e que a “confiança em um banco é construída ao longo de décadas e destruída em dia”.

Ackman fez na noite desta quarta-feira (3) uma longa postagem no Twitter sobre a crise bancária americana. “O sistema bancário regional está em risco. O fim de semana ruim dos depositantes do SVB (Silicon Valley Bank, que quebrou em março) acordou depositantes sem seguro em todos os lugares”, disse.

“Estamos ficando sem tempo para corrigir esse problema. Quantas falências bancárias desnecessárias precisamos observar antes do FDIC (o garantidor de depósitos bancários americano), do Tesouro dos EUA e nosso governo acordarem? Precisamos agora de um regime de garantia de depósitos em todo o sistema”, afirma.

Segundo Ackman, “o fracasso do FDIC em atualizar e expandir seu regime de seguro martelou mais pregos no caixão”. Ele ressaltou que o First Republic Bank (comprado pelo J.P Morgan no início da semana) “não teria quebrado se o FDIC garantisse depósitos temporariamente enquanto um novo regime de garantia fosse criado”. “Em vez disso, vemos os dominós caírem a um grande custo sistêmico e econômico.”

O investidor comentou também que banco é um jogo de confiança. “Nesse ritmo, nenhum banco regional pode sobreviver a más notícias ou dados ruins, pois com uma queda inevitável no preço das ações, depósitos segurados e não segurados são retirados e ‘buscar alternativas estratégicas’ significa um fechamento pelo FDIC no próximo fim de semana.”

De acordo com o bilionário, os bancos sistemicamente importantes globalmente têm uma vantagem competitiva injusta como “grande demais para falir”, “o que significa que apenas seus depositantes sem seguro podem dormir profundamente”.

“Até que o campo de jogo esteja nivelado, os bancos regionais estão em grave risco”, reitera. “À medida que cada dominó cai, o próximo banco mais fraco começa a oscilar. Até que os investidores sejam recompensados ​​por apostar em um banco vacilante, não haverá lance e a melhor venda é o último preço”, diz.

Ele ressalta que o rápido aumento das taxas de juros no país prejudicou os ativos e drenou os depósitos. “Zerar os acionistas e detentores de títulos aumentou enormemente o custo de capital dos bancos. Perdas imobiliárias comerciais avultam. Enquanto isso, alternativas de maior rendimento e mais fáceis de usar atraem a Apple”, comentou.

Recentemente, a fabricante do iPhone e o Goldman Sachs lançaram conta poupança com rendimento anual de 4,15%.

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