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Mercado hoje: Bolsa oscila no final do dia, mas fecha no azul após repercutir tentativa de golpe
A tentativa de golpe e os atos de vandalismo praticados ontem (9) em Brasília pouco interferiram no Ibovespa ao longo do pregão desta segunda-feira (9).
O principal índice da bolsa brasileira passou o dia no campo positivo, embalado pela reabertura da economia chinesa. O Ibovespa chegou a inverter o sinal nos minutos finais, operando no vermelho, mas recuperou o ânimo e fechou em alta de 0,15%, aos 109.130 mil pontos.
O dólar comercial, um pouco mais sensível ao risco, também fechou em alta, de 0,41%, a R$ 5,25. As taxas dos contratos de juros futuros mudaram suas trajetórias e passaram a operar em queda durante esta tarde.
Após notícia da reabertura das fronteiras da China trazer otimismo aos investidores, o dólar mais fraco no exterior também impulsionou a valorização das commodities dolarizadas, como o petróleo. O barril do Brent, usado pela Petrobras para seu cálculo de preços, fechou em alta de 1,37%, a US$ 79,65.
Apesar de não dar um peso grande aos atos violentos de intenção golpista, o mercado quer saber da agenda econômica do novo governo. Prometida para esta semana, uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode ser adiada.
O incidente de ontem em Brasília criou incertezas sobre quando as medidas de ajuste fiscal serão apresentadas, na avaliação do banco Credit Suisse. “Os atos podem atrasar a discussão da agenda econômica, mais especificamente do plano de ajuste fiscal de médio prazo”, afirmaram em relatório a economista-chefe Solange Srour e os economistas Rafael Castilho e Francisco Lima Filho.
“Vemos como muito improvável o anúncio de uma revisão das medidas de desoneração fiscal (principalmente nos combustíveis)”, acrescentam. O presidente Lula prorrogou a isenção de impostos federais por um ano para o diesel e o gás de cozinha (GLP) e por 60 dias para gasolina e etanol.
Como ficou o Ibovespa hoje
A bolsa brasileira operou em alta boa parte desta segunda-feira (9) com o exterior positivo ofuscando a repercussão de atos golpistas em Brasília.
Às 17h39, o Ibovespa caía 0,23%, para 109.212 pontos. O índice variou entre perdas e ganhos durante o pregão. Mais estável durante o dia, o dólar fechou em alta de 0,41% ante o real, cotado a R$ 5,2570.
Os investidores monitoram a reação do governo federal aos atos antidemocráticos desse domingo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com comandantes militares acompanhados do ministro da Defesa, José Múcio. Além disso, Lula se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os ministros Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
No exterior, o avanço de 1,37% do barril de petróleo Brent foi um contrapeso ao cenário local. Não à toa, ações ligadas à commodity, como Prio (PRIO3) e Petrobras (PETR3, PETR4) tinham valorização.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou nas redes sociais a criação de um email (denuncia@mj.gov.br) para receber denúncias sobre os atentados a instituições ontem, em Brasília.
O principal ETF atrelado à bolsa brasileira no exterior, o EWZ (MSCI Brazil Capped ETF), opera em queda. Às 17h40, o ativo perdia 0,48%, cotado a US$ 28,17 na Nyse.
Em Londres, o ETF de ações brasileiras iShares MSCI Brazil UCITS fechou em queda de 1,47%.
“É uma pena porque o mercado local acaba não tendo trégua, e nossos ativos são penalizados por tudo isso. Os eventos de ontem obviamente assustam o investidor estrangeiro, que acompanha de perto tudo o que acontece por aqui”, disse Fernando Bergallo, diretor da FB Capital.
O clima é positivo no exterior após a notícia de que a China retomou as viagens sem a obrigatoriedade de quarentena no último fim de semana após quase três anos de restrições. Os principais índices europeus fecharam em alta. Nos Estados Unidos, S&P 500 e Nasdaq Composite tinham valorização.
Colaboraram Allan Ravagnani e Leonardo Guimarães
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