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Custo de oportunidade: como isso pode te ajudar a investir melhor e ganhar mais
Você já ouviu falar em custo de oportunidade? Este é um conceito fundamental em economia e finanças e se refere ao valor que sacrificamos ao fazer uma escolha entre duas ou mais opções.
Ou, em termos mais claros: o custo que se tem aproveitando ou deixando passar uma oportunidade. Quando aplicado aos investimentos, o custo de oportunidade refere-se ao dinheiro que deixamos de ganhar quando optamos por um ativo em vez de outro.
Na definição do Novíssimo Dicionário de Economia, do professor Paulo Sandroni, “os custos de oportunidade não devem ser considerados absolutos, mas iguais a uma segunda melhor oportunidade de benefícios não aproveitada. Ou seja, quando a decisão para as possibilidades de utilização de A exclui a escolha de um melhor B, podem-se considerar os benefícios não aproveitados decorrentes de B como custos de oportunidade”.
No programa Visão de Líder, da Inteligência Financeira, o copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles, fala sobre o poder do custo de oportunidade para o seu bolso, acompanhe abaixo:
Exemplos de custos de oportunidade
O tempo todo estamos avaliando o custo de oportunidade de algo. Por exemplo, quando pensamos o que vale mais a pena:
- Viajar nas férias ou guardar o dinheiro para trocar a geladeira?
- Fazer uma festa de casamento ou usar o dinheiro para uma viagem de lua-de-mel?
- Comprar um carro ou manter o dinheiro investido?
Como se vê, qualquer escolha implica uma renúncia.
Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, dá um exemplo: imagine que você pode investir o seu dinheiro na renda fixa ou emprestar o dinheiro para um amigo. Por mais que você esteja ajudando outra pessoa, você não está ganhando nada. Você vai ter o mesmo valor de volta, sem nenhuma correção. Então, você está tendo um custo de oportunidade de investir em uma coisa melhor.
“O custo de oportunidade não é necessariamente um custo financeiro direto, mas sim a perda de benefícios que você poderia ter obtido ao escolher outra opção” explica o economista Volnei Eyng, CEO da gestora de crédito Multiplike.
Como calcular o custo de oportunidade?
No Brasil, o mais comum é utilizar indicadores de renda fixa, como a Selic ou o CDI, como parâmetros para medir o custo de oportunidade de um investimento, explica a coordenadora comercial da Nova Futura Private Erica Santos.
Mas também é possível considerar o custo de oportunidade fazendo a comparação entre dois ativos semelhantes, como mostra o exemplo de Volnei Eyng:
“Suponha que você tenha duas opções: investir R$ 1.000 em ações de uma empresa A ou em ações de uma empresa B. Se você escolher investir em A e, ao longo do tempo, o retorno sobre o investimento for de 10%, você terá R$ 1.100 ao final do período. No entanto, se a empresa B oferecesse um retorno de 15%, você teria R$ 1.150 ao escolher investir em B. O custo de oportunidade, nesse caso, seria de R$ 50, representando a diferença entre os retornos das duas opções”, diz.
Jaqueline Kist, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital, mostra outro exemplo de cálculo levando em consideração a taxa Selic versus o Ibovespa:
“No ano de 2023, o Tesouro Selic, título ‘livre’ de risco e com possibilidade de resgate diário, pagou quase 13% de rentabilidade ao investidor. Até o fim de outubro, esse mesmo título tinha quase 11% de rentabilidade acumulada, frente a 6,3% do Ibovespa”, diz.
Então, “olhando somente para isso, podemos considerar que a segurança do Tesouro seria em si uma escolha melhor do que a volatilidade da bolsa. Em novembro, a rentabilidade do Ibovespa ficou em 12,54% de valorização no mês. Quem estava com alocação somente em Tesouro Selic por conta da taxa em dois dígitos perdeu a oportunidade dessa valorização – que tem acelerado frente ao cenário de queda de juros.”
Como considerar o custo de oportunidade na hora de investir?
O custo de oportunidade é uma ferramenta útil para tomar decisões informadas, especialmente quando se trata de investimentos. Algumas maneiras de considerar o custo de oportunidade na hora de investir são as seguintes:
Avaliar as alternativas de investimento
Antes de tomar uma decisão de investimento, é importante analisar todas as alternativas disponíveis e comparar os potenciais retornos e riscos. O custo de oportunidade ajuda a identificar a melhor escolha, considerando o que você pode perder ao optar por uma opção em vez de outra.
Diversificar a carteira de investimentos
O custo de oportunidade também se aplica à diversificação de investimentos. Ao alocar seus recursos em diferentes ativos, você reduz o risco de perder todo o seu dinheiro em um único investimento. No entanto, ao diversificar, você pode perder a oportunidade de obter retornos mais altos em um único ativo.
Considerar o prazo de investimento
O custo de oportunidade varia dependendo do seu horizonte de investimento. Se você está investindo para o curto prazo, pode ser mais prudente optar por investimentos mais seguros, mesmo que ofereçam retornos mais baixos.
Para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, você pode se permitir assumir mais riscos em busca de retornos mais altos, considerando o tempo que tem disponível para recuperar eventuais perdas, explica Volnei Eyng.
Avaliar a liquidez dos investimentos
Ao fazer uma aplicação com viés de longo prazo, podemos ter duas situações: ativos que têm liquidez, mas que podem ser penalizados no caso dessa saída antecipada, dependendo das condições de mercado; e ativos que não têm liquidez (só é possível resgatar na data de vencimento).
“Ao investir o capital disponível em ativos com duração longa, estamos abrindo mão das oportunidades que podem aparecer durante o prazo do investimento”, explica Jaqueline Kist.
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