Novos unicórnios somem na esteira de juros altos; Brasil tem apenas 1 em 2023
O mercado para empresas de alto crescimento e baseadas em tecnologia segue adverso em 2023, com avanço das demissões e queda na aparição de startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, os unicórnios, segundo dados do setor.
De acordo com o site layoffs.fyi, criado para apoiar profissionais demitidos no setor, só na primeira metade de 2023 empresas de tecnologia no mundo todo já demitiram mais de 212 mil empregados. O número representa quase 30% a mais do que em todo o ano passado.
Enquanto isso, o surgimento de novas startups bilionárias tem se mantido perto de zero. De acordo com relatório da consultoria Mindset Ventures, os primeiros meses deste ano têm tido uma média de 3 a 4 novas empresas por mês cujas avaliações superaram a casa do bilhão de dólares.
Pelas contas de outra plataforma global, Crunchbase, que usa critérios diferentes para avaliar o valor das empresas, o mundo viu o nascimento de 32 unicórnios neste ano até junho – ante 107 em 2022 e um recorde de 518 em 2021.
Esse cenário se dá na esteira de um cenário macroeconômico global adverso, com bancos centrais elevando taxas de juros para combater a inflação, ao mesmo tempo em que persistem temores de recessão em economias centrais, como Estados Unidos e Europa, esfriando o apetite de investidores por ativos de risco.
No Brasil, segundo o hub de inovação Distrito, apenas uma empresa superou essa marca em 2023.
No ano passado todo, outras companhias do país haviam se tornado unicórnios, a Dock, também de pagamentos, e o banco Neon.
Segundo a Mindset Ventures, o valor de mercado total dos unicórnios no mundo todo ficou em US$ 3,8 trilhões no fim de maio, mantendo uma estabilidade em relação aos meses anteriores.
“Tal estabilidade deve ser manter ao longo dos próximos meses até que uma alocação mais ativas de capital de fundos em startups volte a impulsionar as avaliações”, afirmou em relatório a Mindset Ventures.