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Caio Paes de Andrade toma posse como presidente da Petrobras
A Petrobras informou em comunicado que Caio Mário Paes de Andrade tomou posse nesta terça-feira como presidente e conselheiro de administração da empresa, na sede da companhia, no Rio de Janeiro.
Ontem, o conselho de administração da Petrobras havia aprovado Paes de Andrade para presidência com mandato até 13 de abril de 2023, e como novo conselheiro até a próxima assembleia geral de acionistas da empresa. Na semana passada, seu currículo foi aprovado pelo comitê de elegibilidade da companhia (Celeg) – trâmite necessário para que o executivo pudesse ser referendado em reunião do conselho.
Paes de Andrade foi indicado pelo governo, em substituição a José Mauro Coelho, que havia assumido em abril. O motivo da troca foi a insatisfação do governo federal com aumentos nos preços de combustíveis. Na semana passada, em 20 de junho, Coelho renunciou aos cargos de conselheiro e de presidente da empresa.
O efeito nas assembleias de acionistas
As assembleias de acionistas tendem a se tornar mais complexas no Brasil à medida que aumenta o número de companhias sem controlador definido, disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo Alves, durante evento em São Paulo
“Tivemos casos recentemente de assembleias que duraram várias horas tiveram que ser paralisadas por algumas horas ou se prolongaram pelo fim de semana”, comentou Alves durante o painel “A transformação digital nas empresas e o RI do futuro”, no segundo e último dia do , promovido pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) e pela Associação Brasileira de Companhias de Capital Aberto (Abrasca).
A Petrobras tem controlador bem definido, mas também passou por experiência similar nos últimos encontros. A assembleia de abril da estatal, que elegeu o conselho de administração, mais de sete horas, com paralisação de duas horas e erro na contagem de votos. “A complexidade aumentou muito, com várias mudanças durante a assembleia”, disse.
Além do gigantismo da Petrobras e da questão política que envolve as estatais, Alves lembrou que o setor de energia passa por um processo de transição, o que também acaba acirrando os ânimos dos acionistas.
“O ativismo cresceu e vai crescer ainda mais”, disse Alves, referindo-se aos fundos ativistas ligados à questão climática que tentam eleger conselheiros em empresas de petróleo, como aconteceu na americana ExxonMobil. “Várias empresas de setor tiveram assembleias bastante complicadas.”
Para ele, há um desafio tecnológico a ser enfrentado para facilitar a participação dos acionistas, principalmente os minoritários. “O voto em assembleia é o direito básico do acionista, é uma questão prioritária.”
Alves acredita que a transformação digital dos últimos anos, acelerada pela pandemia, ajudou muito no relacionamento da empresa com os investidores. Ele destacou o fato de haver muito mais informações disponíveis, principalmente em setores altamente regulados como de energia, o que facilitou muito a vida o executivo de relações com investidores.
O trabalho muitas vezes consiste em organizar e mostrar ao investidor onde estão as bases de dados que o investidor busca, que já são informação pública.
“Há um mito que vem perdendo força com relação ao que é informação sigilosa”, disse Alves. “Às vezes você acha que tem um dado secreto de estoque, mas faz uma busca na internet e descobre que alguém já chegou a uma estimativa bem próxima usando imagens de drone e os dados de mercado disponíveis.”
Isso não muda, ressaltou, a preocupação com a simetria na divulgação das informações ao mercado. ”Isso está no sangue do RI”, disse. E, complementou, os advogados continuam vigilantes.
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