Bolsa de valores: depois de um ano difícil, gestores se dizem animados com ações para 2024

Em evento do Itaú, gestores de três grandes fundos disseram acreditar que ciclo de aperto monetário nos EUA ficou para trás

Com mais dúvidas do que respostas, os gestores entram em 2024 ao menos com duas certezas. Uma, de que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos chegou ao final. E outra, de que, ao menos no Brasil, o ano que vem deverá ser melhor para os ativos de renda variável, em especial as ações da bolsa de valores.

“O ciclo de aperto ficou para trás. A expectativa é de que o ano que vem será bem melhor”, afirma Carlos Woelz, gestor da Kapitalo. Ao lado de Fabiano Rios, gestor da Absolute Investimentos e de André Raduan, da Genoa Capital, ele participou nesta quinta-feira (9) de um evento chamado Macro Vision, realizado pelo Itaú BBA, o braço de investimentos do Itaú.

“Lá no Absolute, a gente pensa que teremos um fluxo forte de lucro, de crescimento de empresas”, diz Fabiano Rios, da Absolute, que também acredita no mercado de ações nos Estados Unidos. “Trimestre depois de trimestre a gente vê surpresas nos lucros lá fora. Todo mundo segue errando e a consequência é a precificação diária de bolsa”, diz ele.

Questionados sobre o ciclo de juros, tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, o consenso é de que o ciclo de altas dos juros parece ter chegado ao fim, embora seja difícil apontar uma data para o início da normalização monetária pelo Fed.

“O Fed já avisou que não tem muita vontade de fazer muitos aumentos a partir de agora. Eu acho que precisa uma mudança muito grande de cenário para aumentar. Então eu estou relativamente tranquilo”, observa Carlos Woelz, da Kapitalo. Com uma visão ligeiramente mais agressiva que seus pares, ele acha que a Selic pode encontrar espaço para cair de 10% até 9%.

“O mercado está precificando neste momento 10,30%. Então tem chance de ganhar com essa curva”, diz. “Eu acho que há uma chance muito grande de desaceleração global. Portanto, eu acho que ficar aplicado no (juro) curto é muito bom”, diz ele.

A opinião do gestor, no entanto, foi rebatida por André Raduan, da Genoa Capital. “Eu gosto daquele início que você falou que terminava em 10%. Eu fiquei feliz. Mas é só isso”, disse.