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O Mercado Livre apresentou seu novo vice-presidente de estratégia e relação com investidores, Leandro Cuccioli. A empresa tem ações listadas na Nasdaq (MELI) e negocia BDRs na B3 (MELI34). Analistas divergem sobre as perspectivas de crescimento da empresa. O Mercado Livre planeja dobrar seus centros de distribuição no Brasil, passando de 10 para 21. A empresa também quer acelerar a penetração do cartão de crédito do Mercado Pago. Analistas do Itaú BBA e Goldman Sachs recomendam comprar ou manter a ação MELI.
Faz pouco tempo, o Mercado Livre convidou analistas de mercado para apresentar seu novo vice-presidente de estratégia e de relação com investidores, Leandro Cuccioli. O Mercado Livre tem ações listadas na Nasdaq (MELI) e negocia BDRs na B3 (MELI34).
A conversa girou em torno dos pilares estruturais da empresa e das perspectivas de crescimento à frente. Na ocasião, Leandro comentou estar impressionado com o desempenho do Mercado Livre no Brasil.
Porém, quando se fala em perspectivas de crescimento à frente, os analistas que acompanham o dia-a-dia do negócio têm opiniões divergentes. De forma que para o investidor fica a pergunta: vale a pena comprar MELI?
Para quem tem a ação MELI em carteira, a questão é: vale manter o papel?
Oportunidades e divergências
Para responder a estes questionamentos, é importante compreender onde o Mercado Livre vê espaço para crescer e em que pontos os analistas divergem das estimativas da companhia.
A empresa entregou lucro líquido ajustado de US$ 419 milhões, crescimento de 103% na base anual. Com a valorização das ações após a comunicação dos resultados, o Mercado Livre superou, no início de agosto, em valor de mercado a Petrobras.
Desde primeiro de agosto até aqui, a ação MELI na bolsa de valores Nasdaq teve valorização de 21%. Já a BDR ganhou 7,05% no mesmo período.
MELI: foco na expansão, mas a que preço?
Olhando para frente, Cuccioli do Mercado Livre reiterou, em conversa com analistas, que é hora de acelerar investimentos em crescimento.
No mês passado, o Mercado Livre anunciou que vai dobrar seus centros de distribuição no Brasil. Com isso, planeja passar dos 10 de hoje para 21 — cinco deles já no terceiro trimestre deste ano.
A empresa disse que essa expansão logística não deve pressionar as margens.
A crença da administração do Mercado Livre é que a entrega rápida é o principal fator de vendas e é visto como o principal fosso competitivo.
Por isso, acredita que a expansão logística é crucial para sustentar o atual ritmo de crescimento, especialmente no Brasil.
A empresa defende que os centros de distribuição irão dar maior foco em categorias específicas, onde vê ‘potencial de crescimento significativo’.
Estas categorias são mercearia (itens de despensa), vestuário e beleza, além de eletrônicos e autopeças. A estratégia é ganhar participação de mercado nestas categorias.
O que dizem os analistas
Os analistas do Itaú BBA avaliam que a expansão “potencialmente levará a uma perda de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no curto prazo”.
Os analistas do JP Morgan disseram que a empresa sofrerá pressões nos resultados no curto prazo. Isto é, o crescimento da infraestrutura logística da companhia irá penalizar o resultado de curto prazo.
Como efeito, os analistas do Itaú BBA afirmam que possivelmente as ações do Mercado Livre enfrentarão alguma volatilidade.
“Principalmente considerando a dura comparação do 3T24”, escreveram os analistas do Itaú BBA, expressando a priori o receio de que a empresa não repita o bom desempenho do último trimestre.
Maior penetração do cartão de crédito
O Mercado Livre também quer acelerar em outra frente: a penetração do cartão de crédito do Mercado Pago. Isto é, ampliar sua base de usuários no Brasil.
O objetivo é aumentar a aderência entre vendedores e compradores. A estratégia da empresa é mudar desde uma base de usuários de cauda longa até contas maiores.
Contas estas que serão apoiadas pelo lançamento de seu software focado em pequenas e médias empresas.
O que dizem os analistas
Os analistas do JP Morgan Marcelo Santos e Jessica Mehler dizem que o cartão de crédito é chave para escalar o banco digital e aumentar a principalidade.
Porém, acreditam que a pressão de curto prazo imposta por um spread inicial muito baixo não está totalmente compreendida pelo mercado, dizem em relatório.
“O spread do cartão de crédito deve ser marginalmente negativo e deve levar o spread consolidado da companhia dos 36% de 2023 para 32% este ano, 27% em 2025 e 24% em 2027.”
Dessa forma, é o que apontou o Goldman Sachs em relatório no mês passado.
Então, segundo o banco de investimentos, a participação de anúncios digitais no lucro operacional da companhia vai dobrar até 2028 em relação ao ano passado.
A fatia do Mercado Livre no mercado de anúncios da América Latina foi de 1,6% em 2023, ante 0,9% em 2021.
Nas projeções do Goldman, esse percentual deve chegar a 3,5% até 2026.
MELI: comprar, manter ou vender?
Tendo em vista as três análises recentes para os negócios do Mercado Livre – Itaú BBA, JP Morgan e Goldman Sachs – o investidor fica bem-posicionado comprando ou mantendo a ação MELI ou MELI34.
Isto segundo os analistas do Itaú BBA e Goldman.
Assim, o denominador comum das duas equipes de análise é a capacidade da empresa de entregar retornos acima das expectativas. E isso induz a valorização das ações MELI.
No entanto, o JP Morgan rebaixou a ação do Mercado Livre para neutro.
O banco justificou que a empresa sofrerá pressões nos resultados no curto prazo.
Tanto pelos custos associados ao crescimento do negócio de cartões de crédito quanto pela expansão da infraestrutura logística.