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Suzano (SUZB3) bate estimativas e pretende reduzir investimentos para 2025
Empresas citadas na reportagem:
A Suzano (SUZB3) deve seguir com processo de desalavancagem financeira de dívida total sobre o lucro operacional e, para isso, vai reduzir investimentos em 2025. Essa é a avaliação de Beto Abreu, CEO da Suzano, que também prevê redução de dois dígitos no custo de caixa da produção da empresa de papel e celulose em 12 meses.
A companhia fundada pela família Feffer surpreendeu analistas e o mercado com os resultados do terceiro trimestre. A Suzano reverteu prejuízo de R$ 729 milhões do mesmo período de 2023 em lucro de R$ 3,2 bilhões entre junho e setembro. Mesmo com a previsão de baixar investimentos, a diretoria da empresa sinalizou: a política de dividendos não deve mudar.
‘Vamos ser seletivos’, diz executivo da Suzano (SUZB3)
O resultado financeiro da Suzano (SUZB3) superou estimativas do mercado de acordo com analistas de BTG, Goldman Sachs e Itaú BBA, entre outros.
Assim, as ações da empresa sobem 3,05% no Ibovespa, com analistas reforçando sua visão positiva para os papéis da companhia no longo prazo. A cotação foi observada às 13h00 desta sexta-feira.
Em conferência com analistas, o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Suzano, Marcelo Bacci, disse que a companhia pensa em outras alocações de capital para 2025.
“Nós vamos ser muito seletivos em novos investimentos, portanto”, disse Bacci.
Com a eficiência do Projeto Cerrado estabelecida, a diretoria da Suzano acredita que custos associados a um dos principais parques de produção de celulose da empresa devem diminuir pelos próximos meses.
A queda de custos do Projeto Cerrado contribui para a meta de desalavancagem da Suzano de ter uma dívida que equivale a menos de três vezes o lucro operacional. Neste trimestre, o endividamento chegou a 3,1x o valor do Ebitda.
Por enquanto, a Suzano (SUZB3) prefere continuar com programas de recompra de ações como alternativa de alocação, ao invés de mudar a política de dividendos da empresa, diz o CFO.
No programa de recompra, é esperado pelo mercado uma desaceleração da Suzano no ritmo de aquisição de papel. Mas Bacci afirma que, por ter 12 meses para concluir a compra de 28 milhões de ações, a Suzano “não tem pressa de atuar” na recompra.
M&A: Suzano (SUBZ3) não vê movimentos transformacionais
A pauta de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) foi um gatilho para as ações da Suzano no ano. Da aquisição de 15% da austríaca Lenzing à desistência de compra da Internacional Paper, analistas ponderam sobre futuros movimentos da Suzano.
Beto Abreu, CEO, esclarece que desde então a companhia vem realizando o processo de integração de perto com a Lenzing.
A Suzano (SUZB3) tem duas cadeiras no conselho da Lenzing. Se a empresa adquirir mais 15%, como previsto em contrato, torna-se acionista majoritária da companhia.
“A Lenzing tem uma pegada industrial muito importante, é uma companhia bastante respeitada e tecnológica”, de acordo com Abreu. “Ela vem tentando se tornar mais efetiva em diminuir custos de produção e nós entramos nessa jornada”, completou.
Pelo momento, a empresa tem na mira uma possível aquisição para reforçar sua presença no mercado de embalagens nos Estados Unidos. Sem abrir detalhes sobre quais ativos estão no alvo, Abreu afirmou que os segmentos de papel para alimentos e copos de papel são os mais atraentes.
SUZB3 é compra para JPMorgan, e Itaú; neutra para Goldman Sachs
Os resultados acima do consenso do mercado em Ebitda reforçaram a preferência dos analistas pelas ações da Suzano (SUZB3).
Ao manter a recomendação de compra do ativo, o JPMorgan reforçou que o resultado de vendas da Suzano em celulose, cujos preços superaram as estimativas em 11,2%, podem levar a um reajuste para cima de ações da Klabin (KLBN11).
Também com base em “melhores volumes para a celulose”, o Itaú BBA manteve a recomendação de compra. E o preço-alvo de R$ 67 para as ações da Suzano (SUZB3).
Por outro lado, o Goldman Sachs destacou que a redução de investimentos para 2025 e a finalização do Projeto Serrado devem gerar “reação neutra do mercado”.
“Esperamos que a recompra agressiva de ações deve desacelerar. Isso porque deve haver queda de preços de celulose e capacidade de geração de lucro mais fraca”, escreveram os analistas do Goldman. O banco se mantém neutro em relação às ações da Suzano (SUBZ3).
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