Méliuz e SYN lideram ranking de small caps que pagaram dividendos acima dos juros em 2024
Levantamento traz dez small caps que mais pagaram dividendos em 2024; Méliuz lidera por yield e Marfrig no total; veja outras pagadoras
O ano decepcionante para a bolsa de valores não impediu que pelo menos dez ações de small caps, ou seja, presentes no índice (SMLL) da B3, pagassem um valor em dividendos acima da taxa Selic em 2024. É o que mostra estudo elaborado pela plataforma de antecipação Meu Dividendo. Entre as principais small caps pagadoras de dividendos estão Méliuz, SYN, Ânima e Even (EVEN3).
Por outro lado, a small cap que pagou o maior valor em dividendos em 2024 foi a Marfrig (MRFG3). Ao remunerar acionistas pela primeira vez desde 2018, o frigorífico pagou um só dividendo de mais de R$ 2,5 bilhões. A Santos Brasil (STBP3), estreante do Ibovespa neste ano, pagou mais de R$ 2 bilhões.
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Confira a seguir o ranking das dez small caps pagadoras de dividendos em 2024. Todas apresentam um um percentual de remuneração acima do atual patamar da taxa Selic de 12,25%.
SYN, Even e mais: as small caps que pagam mais dividendos
Apesar da queda ainda maior do índice Small Caps em comparação com o Ibovespa em 2024, algumas empresas registraram bons resultados ao longo do ano e, assim, pagaram acionistas com alto valor de proventos.
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O movimento das small caps acompanha, nesse sentido, o aumento de lucro de empresas do Ibovespa na temporada de resultados, diz Wendell Finotti, CEO da Meu Dividendo.
De acordo com o relatório do estrategista-chefe da XP Investimentos, Fernando Ferreira, a última temporada de resultados mostrou que 88% das empresas da bolsa reportaram resultados operacionais, ou seja, Ebitda (Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização).
Desse total, 32% superaram expectativas da XP em relação ao lucro operacional enquanto 56% entregaram números dentro do previsto.
Em parte, algumas das small caps que mais pagaram dividendos aproveitaram o ciclo de juros baixos entre 2020 a 2021. É o caso da construtora Even (EVEN3), por exemplo, que pagou dividend yield de 29% sobre a ação em 2024.
“A construção civil performou bem em 2024”, diz Finotti. “Isso porque houve um aumento de obras contratadas na pandemia e os projetos, que demoram cerca de três anos para conclusão, foram entregues”.
A presença da Méliuz no ranking se deu pela remuneração de R$ 220 milhões devido à redução de capital da empresa.
Ação indicada | Empresa | Cotação (30/12, em R$) | Valor de dividendos por ação (em R$) | Dividend Yield |
CASH3 | Méliuz | 2,84 | 4,94 | 174,0% |
SYNE3 | SYN Prop e Tech | 5,00 | 2,88 | 57,7% |
ANIM3 | Ânima Holdings | 1,61 | 0,47 | 29,3% |
EVEN3 | Even Construtora | 5,39 | 1,55 | 28,8% |
STBP3 | Santos Brasil | 13,11 | 2,63 | 20,1% |
VULC3 | Vulcabras | 15,75 | 3,15 | 20% |
GRDN3 | Grendene | 5,00 | 0,94 | 18,8% |
RECV3 | PetroReconcavo | 15,91 | 2,75 | 17,3% |
MRFG3 | Marfrig Global Foods | 16,60 | 2,82 | 17,0% |
BRBI11 | BR Partners | 13,44 | 1,95 | 14,5% |
Small Caps de commodities e infraestrutura repassam R$ 1 bi
Do lado de maiores proventos por valor total, as small caps de commodities, infraestrutura e logística, vista como mais defensivas contra ciclos econômicos na bolsa, dominaram o ranking.
Assim, além de Marfrig e Santos Brasil, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) pagou R$ 1,6 bilhão a acionistas no ano, enquanto a Copasa (CSMG), agência de saneamento do governo de Minas Gerais, pagou R$ 1,1 bilhão em dividendos.
Finotti lembra que o ciclo atual favorece empresas exportadoras de bens, à medida em que o dólar alto deve aumentar a receita dessas companhias. Ao mesmo tempo, uma desaceleração da China pode afetar também os negócios.
“Tem muita água para correr referente às small caps pagadoras de dividendos. A Marfrig tem histórico de não pagar proventos, mas surpreendeu em 2024. Não sabemos se isso vai se repetir”, afirma.
O ano a seguir deve trazer sinalização “positiva” sobre o pagamento de proventos, sublinha Finotti. Nesse sentido, empresas brasileiras, small caps inclusive, devem pagar R$ 300 bilhões de proventos a acionistas em 2025, estima o CEO da Meu Dividendo.