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Como Taylor Swift e Lollapalooza impactaram as ações da Time for Fun (SHOW3) em 2023
As ações da Time for Fun (SHOW3) sofreram com forte oscilação ao longo do mês de novembro, experimentando forte alta inicialmente. Depois, a empresa fechou em queda, na direção contrária aos índices da bolsa.
A empresa esteve no foco do noticiário negativo no mês passado, por conta de incidentes relacionados à montagem dos eventos da cantora norte-americana Taylor Swift. Mas, antes disso, a empresa já vinha perdendo valor na bolsa.
Entenda o que tem movimentado as ações da T4F na bolsa. Saiba também se os papéis têm chance de recuperação em 2024.
Quanto renderam as ações da T4F em 2023?
Desde o início de 2023 até o final do pregão desta sexta-feira (1), as ações da Time for Fun (SHOW3) tiveram queda de quase 17% na bolsa.
No mês de novembro, a queda foi de 1,89% mesmo depois de a empresa ter subido 25% no início do mês por conta da proximidade dos shows de Taylor Swift.
“Essa queda se deve muito a esses problemas que os shows tiveram, com questões envolvendo calor excessivo, proibição da entrada de água, ingressos muito caros no show da Taylos Swift, e, claro, com a morte (de Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos)”, afirma Leonardo Piovesan, analista da Quantzed.
O resultado, portanto, é bem inferior ao do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, que subia mais de 20% no mesmo período. Só em novembro, o índice de referência da B3 subiu 12,54%.
Por que as ações da Time for Fun caíram?
Segundo Piovesan, além dos problemas já citados, a saída do Lollapalooza do rol de eventos sob o guarda-chuva da T4F, foi outro motivo importante para a queda.
“O evento era bem relevante para os resultados, representando cerca de 40% do Ebitda. Isso acaba abrindo um buraco no resultado e incertezas se novos shows ou festivais serão o bastante para recompor o resultado”, acrescenta.
No primeiro semestre, foi anunciada a não renovação da T4F com o festival Lolapalooza depois de mais de 10 anos.
Thiago Guedes, diretor de Desenvolvimento de Negócios na Bridgewise, diz que os fundamentos divulgados pela Time for Fun no último relatório foram positivos, o que aumenta a percepção de que os problemas de realização dos eventos foram decisivos para o desempenho da empresa na bolsa.
“Isso nos leva a crer que as quedas recentes das ações estão correlacionadas aos problemas ocorridos nos últimos eventos. Em especial, a fatalidade em um dos shows da Taylor Swift”, avalia.
Além disso, por ser uma ação com custo baixo, qualquer variação de centavos é muito grande em termos percentuais. Atualmente, a ação custa perto de R$ 2.
Taylor Swift era esperança de recuperação
O que seria responsável por essa recuperação, ou talvez para renovar um pouco do otimismo na companhia seria a turnê da Taylor Swift, afinal de contas, os ingressos estavam muito caros, o engajamento muito grande.
“Mas o que poderia salvar acabou talvez colocando mais lenha da fogueira, com problemas de organização dentro e fora dos estádios, com falta de água, filas, inclusive, cancelamento de um show que acaba podendo trazer problemas futuros”, avalia Gabriel Bassoto, analista chefe de Ações do Simpla Club.
O analista lembra que, recentemente, a empresa sofreu com muitos processos relacionado ao cancelamento de shows.
Juros
Por outro lado, a perspectiva de continuidade de queda na taxa Selic é um fato positivo para a SHOW3, já que ela incentiva o consumo e aumenta o poder de compra dos consumidores caso seja realizada em um ambiente de inflação controlada.
É hora de comprar ações da Time for Fun?
“Os fundamentos da empresa possuem uma avaliação positiva, com uma recomendação acima da média” para a Bridgewise. A empresa não divulga preço-alvo.
A TF4 se destaca principalmente por conta do alto retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) – de 89 – mostrando o uso eficiente do patrimônio líquido pela empresa, segundo a Bridgewise.
Para Bassoto, do Simpla Club, com juros caindo, a empresa pode aproveitar ao fazer investimentos, produzir novos grandes festivais, e com cenário macroeconômico, as famílias menos endividadas podem incentivar novo consumo por entretenimento.
Ainda assim, ele tem desconfiança sobre o segmento, principalmente por conta da alta volatilidade. “Além disso, é um setor que não tem vantagens competitivas, depende muito de questões macroeconômicas, e então apresenta muito mais riscos”, avalia.
Já Piovesan, da Quantzed, diz que 2024 será um ano “mais incerto”. Ele destaca “possível demanda menor, já que a demanda reprimida pós-covid já foi consumida e deve voltar à normalidade agora”.
Quantzed e Simpla não tem recomendação ou preço-alvo para a empresa.
Desempenho da T4F
A empresa apresentou no terceiro trimestre receitas de R$ 59,72 milhões (crescimento de 11,9%). Além disso, o lucro líquido foi de R$ 3,49 milhões (aumento de 134,9%).
Pelo nono trimestre consecutivo, a linha de receita da empresa aumentou na comparação anual. “Isso demonstra a estabilidade e capacidade de crescer”, diz Guedes, da Bridgewise.
“Também é digno de nota que o fluxo de caixa livre para o trimestre foi de R$ 170,81 milhões. Isso significa aumento de R$ 151,34 milhões em relação ao mesmo período do ano passado”, complementa Guedes.
Por outro lado, a margem Ebitda experimentou queda. Essa linha passou de 26,5% no terceiro trimestre do ano passado para 22,5%.
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