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Oportunidades na bolsa podem chegar a CDI + 30% em 2024, diz gestor da Itaú Asset
Empresas citadas na reportagem:
O Ibovespa teve um novembro dourado, com alta de dois dígitos, que acabou por fazer do principal índice da bolsa de valores um dos investimentos de destaque no ano. E a promessa é de mais ganhos em 2024, com oportunidades que podem superar de longe o IBOV.
Nesse sentido, há oportunidades na bolsa em 2024 que precisam ser garimpadas, segundo afirmação de Bruno Savaris, gestor do Itaú Hunter, durante evento da gestora Itaú Asset nesta terça (5) com projeções para 2024.
“A gente vê um CDI mais cinco para a bolsa em 2024, seria algo em torno de 145 mil pontos no Ibovespa. Dentro desse contexto, é um retorno okay. Mas dentro desse pacotão que é o índice, a gente vê assimetrias que chegam a CDI + 30%”, destaca Savaris.
O gestor diz que esse movimento de alta mais acentuada esperado para 2024 acelerou já em novembro deste ano, com investidores locais e estrangeiros saindo da posição vendida na bolsa a níveis do início da pandemia para posição comprada que só perde para patamares imediatamente posteriores ao fim da crise sanitária e reabertura das economias.
Oportunidades na bolsa: setores e empresas
Para Luiz Ribeiro, gestor do Itaú Asgard, o Brasil capturou os bons ventos do cenário externo neste segundo semestre de 2023, mas não totalmente, o que abre espaço para mais altas. Ele vê o setor de commodities como um dos impulsionadores da bolsa brasileira em 2024.
“A gente continua otimista com cobre, minério de ferro (mesmo com China crescendo menos). E tem empresas gerando fluxo de caixa entre 10% e 15%, o que para nós parece bem atrativo”, revela.
Mas o gestor faz um alerta. “Acho que tem oportunidades em outras partes do mercado, então, a gente carrega um pouco menos (de commodities na carteira).” Ele destaca os setores de bancos e utilities como algumas dessas oportunidades.
Para Rodrigo Koch, gestor do Itaú Optimus, no Brasil, o destaque segue sendo petróleo, mas ele concorda que utilities é uma boa escolha, com retornos que podem oferecer até IPCA + 12%.
Ressurgimento do setor de bens de capital
Savaris diz que as principais apostas do Itaú Hunter para 2024 estão no setor de bens de capital, que volta a ganhar protagonismo depois de anos de instabilidade na bolsa.
Nesse cenário, ele destaca principalmente Embraer (EMBR3) e Marcopolo (POMO4).
“Posso falar da Embraer, que é uma empresa que deve ter um 2024 bastante interessante. A gente vê revisões de quase 50% nas estimativas operacionais da empresa, desde aviação comercial, executiva e de defesa”, diz Savaris.
Ele diz que a Marcopolo, do setor de ônibus, que tem mais de 50% de marketshare, deve ser beneficiada pela insistência do preço alto da passagem área e com o governo voltando a priorizar o programa Caminho da Escola, que teve a empresa como uma das vencedoras em licitações.
“Hoje, você vê na Marcopolo um retorno sobre o capital investido de quase 25% e a empresa negociando a 4,5 vezes o preço lucro, que sempre negociou perto de 11 ou 12 vezes”, detalha o executivo.
Oportunidades na bolsa em 2023 estiveram concentradas
A alta em 2023 até outubro estava concentrada em alguns papéis, alerta Savaris. “A maior contribuição para alta do Ibovespa neste ano é de Petrobras e Banco do Brasil, que respondem por quase 55% (da alta)”, sendo que os papéis representam apenas 15% do Ibovespa.
De novembro adiante, porém, o avanço dos ativos de risco se tornou mais amplo na bolsa diante da redução dos temores relacionados a uma volta da inflação e de uma política de juros globais ainda restritiva ao longo de 2024.
Esse cenário se torna especialmente positivo para países emergentes, segundo Ribeiro, “porque negociam descontos enormes em comparação com os mercados de países desenvolvidos”.
Com preço das commodities sustentado em patamares positivos para os produtores, “as economias emergentes conseguem crescer com inflação controlada e juros em queda”, destaca Koch.
Brasil pode ocupar lugar da China
Além disso, ele reforça que os ativos dessas localidades estão depreciados. Nesse cenário, o Brasil torna-se um destino ainda mais óbvio porque a China, maior economia entre as emergentes, não conseguiu mostrar ao mercado que suas empresas são confiáveis. Isso devido a lucros abaixo do esperado e governança corporativa pouco desenvolvida, segundo análise de Koch.
Assim, os índices de ativos de risco da China registram queda em 2023, enquanto o Ibovespa avança.
“O fato de a China ser um pouco uninvestable deixa o Brasil mais atrativo porque tem profundidade e liquidez. Além disso, tem um mercado de capitais desenvolvido e com múltiplos baratos. Se a gente entregar inflação e juros baixos, esse cenário, por si só, já é bastante positivo, até mais que (o visto em) outras regiões”, avalia Koch.
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