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Dividendos: confira tudo o que você precisa saber para receber parte do lucro das empresas
Para ganhar dinheiro com ações, não é preciso necessariamente vendê-las. Isso porque, ao manter os papéis na carteira, você pode receber, de tempos em tempos, os dividendos da empresa, caso ela obtenha lucro. Ficou interessado? A seguir, saiba o que é dividendo e tudo o que você precisa entender para se beneficiar desse instrumento.
O que é dividendo?
Ao compra a ação de uma empresa, o investidor torna-se sócio dela. Isso quer dizer que também tem direito a uma parte dos lucros, sempre proporcional à sua participação no capital da companhia. Essa parcela dos resultados são os famosos dividendos. São um atrativo adicional para quem investe em ações porque podem garantir rendimento, mesmo em caso de queda do valor do papel.
Em resumo, dividendos são uma pequena parcela do lucro da empresa, distribuídos aos acionistas como uma forma de remuneração.
Todas as empresas listadas na B3 pagam dividendos?
Por lei, todas as empresas listadas na bolsa de valores devem distribuir dividendos a cada exercício. Assim, todas as empresas brasileiras listadas na B3 que registram lucro incluem em seu estatuto social a porcentagem do resultado que será distribuída.
Existe um percentual mínimo dos lucros que as empresas devem distribuir?
Não há um percentual mínimo. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/1976), o dividendo obrigatório não pode ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado, caso o estatuto não tenha uma norma sobre o assunto. Por isso, vale checar no estatuto social da companhia qual a política adotada.
Além disso, vale lembrar que as empresas podem não pagar dividendos em algumas situações, como:
- Problemas financeiros;
- Decisão de reinvestir o dinheiro no crescimento da empresa;
- A situação financeira da empresa não permitir a distribuição.
Como e quando ocorre o pagamento de dividendos?
O pagamento pode ser mensal, semestral ou anual. Porém, essa decisão não acontece de uma hora para outra.
A empresa que decide distribuir os proventos precisa, em primeiro lugar, da aprovação do conselho de administração. Depois disso, deve protocolar o processo de pagamento na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O objetivo desse protocolo é informar aos acionistas e às demais pessoas interessadas sobre quando e como ocorrerá o pagamento dos dividendos.
O que é agenda de dividendos?
A agenda de dividendos é um conjunto de previsões que serve para que os investidores consigam acompanhar as empresas e os pagamentos. Em resumo, é uma ferramenta que permite consultar as datas de pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) de empresas, ações, fundos imobiliários, stocks e REITs.
Nesse sentido, ela pode ser útil para criar uma estratégia de investimento, garantindo um fluxo contínuo de dinheiro na conta.
O que é data de declaração do dividendo?
É o nome dado para o momento em que o conselho de administração de uma empresa anuncia que haverá o pagamento de dividendos. Essa declaração geralmente informa:
- Valor do dividendo;
- Data de registro;
- Data de pagamento;
- Data ex-dividendo (data ex).
O que é data ex-dividendo (data ex)?
A data ex-dividendo é definida pela empresa e comunicada ao mercado junto com as informações sobre data de pagamento e valor dos dividendos. Ela serve para organizar quem vai receber o dividendo anunciado pela empresa.
Em resumo, quem comprou ações da empresa antes da data ex-dividendo receberá os lucros distribuídos; já quem comprar depois, não. Nesse caso, quem terá o direito ao valor será quem vendeu as ações.
O que é data de registro?
Após anunciar a distribuição dos lucros e ter a data ex-dividendo definida, a empresa deve determinar a data de registro. Ou seja, o dia em que vai registrar todos os acionistas que vão receber dividendos e enviar relatórios financeiros, procurações e outras informações.
O que é data de pagamento dos dividendos?
A data de pagamento dos dividendos é o dia em que o dinheiro cai na conta do acionista. Trata-se da última etapa da distribuição de dividendos.
Como calcular quanto irá receber de dividendo?
Por ser parte do lucro líquido de uma empresa, o que determina o valor dos dividendos distribuído é o resultado financeiro da organização. O lucro líquido é o que “sobra” das operações de uma companhia, após a dedução de todos os descontos cabíveis, inclusive impostos.
Se não houver lucro, pode não haver dividendo. Porém, algumas empresas criam uma espécie de “reserva de lucro” para distribuir, mesmo em caso de prejuízo.
Existem duas formas principais de calcular quanto o acionista irá receber na distribuição de dividendos:
- Valor por ação: cada investidor recebe uma quantia baseada no número de papéis que possui. Por exemplo, se você possui 100 ações de determinada empresa e ela decide pagar R$ 5 por ação de seu dividendo anual, o seu rendimento será de R$ 500 (100 ações x R$ 5 por ação);
- Dividend Yield (DY): o cálculo dos dividendos também pode ocorrer pelo DY, a porcentagem predefinida do valor atual da ação. Digamos que uma empresa tenha anunciado a distribuição de um dividend yield de 2%. Se, por exemplo, o papel está sendo negociado a R$ 100, o dividendo por ação seria de R$ 2.
Quais são os tipos de dividendos?
O pagamento dos dividendos das empresas pode ocorrer de diversas formas. A escolha é feita pela empresa e tem como objetivo atrair novos investidores e recompensar quem já é acionista. O pagamento de dividendos pode ser feito em dinheiro, ações, Juros sobre Capital Próprio (JCP) e direito de subscrição.
- Dinheiro: a forma mais comum de pagamento é a distribuição direta do lucro em dinheiro para os acionistas. O valor é definido por ação e vai direto para a conta do acionista na corretora. Como a empresa já pagou o Imposto de Renda sobre o lucro, esse valor é isento para o investidor;
- Ações: em vez de receber uma quantia em reais, o investidor recebe mais ações daquela empresa;
- JCP: os Juros sobre Capital Próprio se assemelham com o pagamento em dinheiro. A principal diferença está na tributação. Neste caso, como a empresa não realiza o pagamento antecipado do imposto, é responsabilidade de cada investidor pagar 15% de IR sobre o valor que receber;
- Direito de subscrição: quando o acionista ganha o direito de comprar os novos papéis emitidos pela empresa antes dos demais investidores, muitas vezes por um valor abaixo do mercado, estamos falando do direito de subscrição. Nesse caso, você terá um prazo para escolher se vende o direito ou o exerce;
- Dividendos especiais: tipo menos comum de dividendo, que pode ser pago adicionalmente, além dos dividendos regulares, caso a empresa tenha uma entrada extra de dinheiro em caixa.
Quais são as melhores empresas pagadoras de dividendos?
De acordo com os especialistas, geralmente empresas consolidadas em seus mercados, com demanda garantida, grande capacidade de gerar receita e menor necessidade de investimento tendem a distribuir mais dividendos. São bons exemplos concessionárias de serviços públicos como energia e saneamento.
Mas, para você ter uma ideia, um levantamento recente da Quantum Finance trouxe os principais retornos e dividend yield de papéis que integram os novos índices da B3 (IBEE, de estatais e o IBEP, de companhias privadas) em 2024. Veja abaixo.
Por fim, para escolher uma empresa boa pagadora de dividendos, é importante analisar o dividend yield da ação, indicador que mede a relação entre os dividendos pagos e o preço do papel.
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