Nubank tem lucro de US$ 142 milhões no 1º trimestre; ações sobem mais de 6% no ‘after market’

As ações do Nubank dispararam após a divulgação do balanço do primeiro trimestre nesta segunda-feira

O Nubank registrou lucro líquido de US$ 142 milhões no primeiro trimestre, um alta de 145% na comparação com o quarto trimestre e revertendo prejuízo de US$ 45,1 milhões no primeiro trimestre de 2022. O lucro ajustado foi de US$ 182,4 milhões, uma expansão trimestral de 37% e anual de 1.705%.

O retorno (ROE) anualizado foi de 37% na operação brasileira.

As ações do Nubank dispararam após a divulgação do balanço do primeiro trimestre, na noite de hoje. Pouco antes das 19h, os papéis subiam mais de 6%, a US$ 6,46, nas negociações do “after market” na bolsa de Nova York (Nyse).

“O Nu continua a construir sua trajetória de crescimento e lucratividade. Ultrapassamos a marca de 80 milhões de clientes na América Latina e, no Brasil, 46% da população adulta é cliente do Nubank, número que dobrou em apenas dois ano”, diz David Vélez, fundador e CEO do Nubank.

O Nubank adicionou 4,5 milhões de clientes no primeiro trimestre de 2023 e 19,5 milhões em aum ano, atingindo um total de 79,1 milhões de clientes globalmente. Isso representa um crescimento de 33% em relação ao ano anterior.

No fim de abril, ou seja, já no segundo trimestre, o banco superou 80 milhões de clientes. Vélez diz que, com duas semanas do lançamento da conta no México, já foram abertas mais de 500 mil.

O banco registrou US$ 1,6 bilhão em receita, com expansão de 10% no trimestre e 82% em 12 meses. A receita média mensal por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês) aumentou para US$ 8,6 crescendo em 30% em relação ao ano anterior em base neutra de câmbio.

O Nubank tornou-se o relacionamento bancário principal para mais de 57% dos clientes ativos mensais que estão com a empresa há mais de um ano. A taxa de atividade atingiu 82,1%, marcando a nona alta trimestral consecutiva.

O custo médio mensal de atendimento por cliente ativo ficou em US$ 0,8.

O índice de eficiência da empresa – que reflete a alavancagem operacional e quanto menor, melhor – atingiu a mínima histórica de 39%.

Inadimplência

Ao fim de março o Nubank tinha um portfólio que rende juros de US$ 5,2 bilhões, com expansão de 30% no trimestre e 68% em um ano. A inadimplência subiu de 5,2% para 5,5% no quarto trimestre e 4,2% no mesmo período do ano passado.

A inadimplência de 15 a 90 dias avançou para 4,4%, de 3,7% e 3,7%. O banc diz que há um fator sazonal na inadimplência curta, que geralmente sobe 0,8 ponto percentual na passagem do quarto para o terceiro trimestre.

Guilherme Lago, vice-presidente financeiro do Nubank, diz que cartão de crédito continua performando super bem, dentro das expectativas para a sazonalidade do primeiro trimestre, e que em crédito pessoal o banco tem registrado um desempenho melhor do que o esperado e, assim aumentou a concessão. “Na passagem do terceiro para o quarto trimestre a gente já havia aumentado a concessão em 10%, e agora do quarto para o primeiro aumentamos mais 20%. Esperamos continuar crescendo o ritmo de originação e, em termo relativos, crédito pessoal deve crescer mais que cartão”, comenta.

Ele lembra que o Nubank lançou recentemente o consignado para servidores públicos e deve entrar em breve em beneficiários do INSS e também na antecipação de FGTS. Ele admite que essas linhas têm spreads menores, mas argumenta que o risco e alocação de capital também são menores e, assim, o ROE é bastante atrativo. “Ainda estamos no começo, mas isso deve começar a mexer os ponteiros dos volumes da carteira nos próximos trimestres. Os resultados iniciais são super favoráveis”.

Após questionamentos sobre o ROE de quase 40% do Nubank no quarto trimestre e dúvidas sobre sua sustentabilidade, Vélez diz que a marca de 37% no primeiro trimestre é a prova de que esse patamar não foi algo pontual.

“Temos um ROE desse, com a receita crescendo quase 100%, o que requer muito investimento. Estamos investindo nos produtos para 2024, 2025, 2026, que por enquanto só geram despesa, zero de receita. Então nosso ROE é ‘artificialmente’ baixo, porque continuamos investindo”, aponta.

O Nubank completou 10 anos na semana passada e Vélez diz que alcançou muito mais do que esperava. “Nosso plano era ter 1 milhão de clientes em cinco anos. Se alguém falasse que em dez anos a gente teria 5% da população adulta como clientes, já seria um sucesso gigantesco, e hoje nós temos quase 50%. É uma coisa inimaginável, que nos dá muito orgulho”.