Mercado hoje: Bolsa fecha em alta com frigoríficos e exterior no radar; dólar sobe

Na semana o Ibovespa avança 2,12% enquanto o dólar acumula alta de 1,4%

O Ibovespa manteve mais um dia de ganhos nesta sexta-feira (19), enquanto o mercado acompanhou as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, além das negociações sobre o aumento do teto da dívida nos Estados Unidos.

O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 0,60%, aos 110.769 pontos, tendo superado os 111 mil pontos ao longo do dia, enquanto o dólar fechou com ganhos de 0,56%, a R$ 4,9952, em mais um dia que a moeda americana ganhou força no exterior diante das outras divisas.

Na semana o Ibovespa avançou 2,12% enquanto o dólar acumulou alta de 1,4%.

Destaque para os frigoríficos cujas ações tiveram as maiores altas do dia após a retirada de suspensão de exportações da China e acordo com o Chile.

No exterior, além das falas de Powell, no campo político institucional, um deputado republicano afirmou que diante de discordâncias, será necessário pausar as negociações sobre o projeto que aumenta o limite do teto de gastos por parte do governo americano.

Powell

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que o estresse no sistema bancário pode significar que o banco central não terá que aumentar tanto as taxas de juros para desacelerar a economia.

Powell falou nesta sexta-feira sobre o chamado “Princípio da Separação”, no qual os banqueiros centrais usam ferramentas de empréstimos de emergência para lidar com as perturbações do mercado financeiro e de crédito, de modo que suas ferramentas de política monetária – principalmente as taxas de juros – possam permanecer focadas no combate às altas taxas de inflação.

Mercado Europa

As bolsas da Europa fecharam no azul nesta sexta-feira (19) ainda sob efeito do otimismo em relação a um potencial avanço das negociações em torno do aumento do teto da dívida americana.

Assim, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,66% a 468,85 pontos.

Na semana, o avanço foi de 1,12%. Já a bolsa de Londres fechou em alta de 0,19%, acumulando alta de apenas 0,03% na semana.

A bolsa de Frankfurt subiu 0,69% a 16.275,38, registrando o melhor resultado semanal, de alta de 2,27%.

Em Paris, o CAC 40 fechou em alta de 0,61% a 7.491,96, acumulando 1,04% na semana.

Exterior

A negociação sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos terá que ser interrompida, segundo o deputado republicano Garet Graves, indicado pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy, para liderar o processo.

Segundo a Associated Press, o deputado da oposição alegou discordâncias entre as partes para ter que “apertar o botão de pausa” nas negociações sobre o acordo.

Graves alegou que as conversas não estão sendo produtivas e nem razoáveis e disse não saber quando serão retomadas.

O aviso do deputado republicano preocupa a economia mundial, já que a previsão da secretaria do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, é que o país deixe de ter capacidade de honrar com as dívidas no início de junho, o que poderia provocar um calote na dívida americana, um movimento que pode ter impacto global.

Commodities

O petróleo Brent – referência de preço para a Petrobras – inverteu o sinal e fechou em queda de 0,37% em Londres, a US$ 75,58 o barril.

Prévia do PIB

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), visto como uma prévia do PIB, registrou queda de 0,15% em março, na comparação com o segundo mês do ano. A retração veio abaixo das projeções do mercado, que indicavam baixa de 0,30%.

No último levantamento, houve surpresa com alta de 3,32% em fevereiro ante janeiro, o que levou bancos e consultorias a revisarem para cima as projeções de crescimento econômico no primeiro trimestre e até no ano fechado.

“O dado veio melhor do que o esperado e mostra que o índice teve uma expansão de 2,4% no trimestre encerrado em março, o que dá indícios de que devemos ter um bom desempenho do PIB no primeiro trimestre”, afirmou o economista da Suno Research Rafael Perez.

Apesar do resultado negativo, a queda do IBC-Br no mês foi amenizada pelo crescimento acima do esperado dos setores de serviços (0,9%), indústria (1,1%) e varejo (0,8%).

“De toda forma, enxergamos um quadro de maior estabilidade da atividade nos próximos trimestres, diante dos efeitos menos favoráveis do agronegócio nos próximos meses, a elevada base de comparação do primeiro trimestre, os efeitos cumulativos da política monetária restritiva e o cenário global desafiador”, completou.