Magazine Luiza (MGLU3) registra prejuízo ajustado de R$ 143 mi no 3º tri

Varejista também reconhece ajuste negativo de R$ 322 milhões no patrimônio líquido, após concluir investigação de denúncia de fraude como 'improcedente'

O Magazine Luiza (MGLU3) reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 143 milhões no terceiro trimestre, segundo dados divulgados ao mercado nesta segunda-feira (13). O resultado representa uma uma redução de 15,7% em relação a 2022, quando a varejista aferiu um prejuízo de R$ 170 milhões.

Com a divulgação do resultado, contudo, a companhia reconheceu que há um ‘ajuste’ negativo de R$ 830 milhões no patrimônio. O ‘ajuste’ veio da investigação de uma denúncia de fraude na conta de fornecedores da empresa, que descobriu “incorreções em lançamentos contábeis” nas bonificações a fornecedores. Segundo o Magalu, a denúncia de fraude é “improcedente.”

Entretanto, conforme comunicado pela varejista, a equipe do TozziniFreire Advogados e da PwC identificou “incorreções em lançamentos contábeis” ligadas à bonificação de fornecedores.

De acordo com o Magalu, as inconsistências foram descobertas nas notas de débito emitidas a fornecedores para reconhecer bonificações. Isso “sem observar com precisão o cumprimento das obrigações de desempenho.”

A descoberta de inconsistência nas notas levou o Magalu a um ajuste negativo de R$ 830 milhões no valor patrimonial da empresa. A correção foi realizada em junho.

A varejista também reconheceu R$ 507,4 milhões em créditos fiscais líquidos. O ajuste se baseou na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em não reconhecer a incidência de PIS/Cofins sobre bônus a fornecedores, além da “opinião dos assessores legais” do Magalu.

No final, segundo as demonstrações financeiras, o Magalu registrou o valor negativo de R$ 322 milhões no patrimônio líquido no período. O valor é referente à diferença entre o crédito fiscal, positivo, de R$ 507,4 milhões e o ajuste negativo de R$ 830 milhões.

Magalu (MGLU3): 4 em cada 10 vendas são via marketplace

No trimestre, o Magalu atingiu R$ 14,8 bilhões em vendas totais (GMV, na sigla em inglês). Isto é, um aumento de 4,8% em relação ao terceiro trimestre de 2022. O avanço total do e-commerce, somando vendas de estoque próprio com operações de terceiros, no entanto, ficou estagnado, crescendo apenas 0,7 ponto percentual na comparação anual.

O Magazine Luiza (MGLU3) declarou uma receita bruta de R$ 11 bi em vendas do e-commerce no trimestre, um aumento de 6% em relação ao ano passado. Vendas de terceiros via marketplace, que vem sendo exaltado como destaque pela empresa, cresceram 25% ante igual período de 2022.

Dos R$ 11 bi em receita, R$ 4 bilhões vieram da plataforma de marketplace. No trimestre anterior, vendas de terceiros somavam R$ 3,5 bi.

Com o resultado, o marketplace representou mais de 40% das receitas em vendas. A plataforma chegou à marca de 320 mil vendedores, com inventário de 114 milhões de itens para 36 milhões de usuários.

O e-commerce próprio do Magazine Luiza (MGLU3), contudo, recuou 4,3% em vendas totais da empresa. O crescimento do e-commerce total da varejista foi modesto, de 2,6% para 5,7%.

A empresa também reportou um aumento de margem bruta devido à melhora de margem nas vendas do marketplace. A diferença entre gastos operacionais e receitas foi equivalente a 30,4%, ou um aumento de 2,9 pontos percentuais em comparação com o terceiro trimestre de 2022. Entre julho e agosto, ao Ebitda ajustado do Magalu foi de R$ 487,5 milhões, com aumento ligeiro na margem de 0,1 p.p.