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Fernando Campos, da B3: ‘Investidor brasileiro está aprendendo a gerenciar risco’
Os investidores pessoas físicas não são um fenômeno passageiro no Brasil e devem se estabelecer como parte importante da base acionária das empresas assim como acontece nos Estados Unidos, disseram participantes de painel da “Semana do RI” realizada pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri).
A tendência de sofisticação desse investidor, que está passando de um perfil baseado em renda fixa para um portfólio composto por ações de empresas, vai exigir do profissional de relações com investidores uma comunicação mais acessível e que atenda às suas demandas.
“Nós estamos em um processo diferente do visto nos EUA, onde o mercado já é mais maduro. Aqui o investidor está aprendendo a gerenciar risco e montar uma carteira”, diz Fernando Campos, superintendente de relações com investidores da B3. Ele nota que hoje 37% dos investidores têm mais de cinco ações no portfólio.
Campos destaca que houve uma entrada de investidores nos últimos anos, se aproveitando do cenário de baixos juros, mas que levantamento da B3 mostra que 60% são pessoas físicas no mercado desde 2015. “São pessoas que conhecem a empresa e têm ações há muito tempo, focados em rendimentos e dividendos.”
Pesquisa feita pelo BNY Mellon com mais de dois mil investidores pessoa física nos EUA mostrou que eles utilizam redes sociais menos que o senso comum aponta e são altamente qualificados. As principais diferenças ocorrem no horizonte de investimentos dos perfis de investidores.
“Investidores que estão há pouco tempo no mercado têm um horizonte mais curto, querem ganhos rápidos, enquanto o grupo formado por aposentados pensam em longo prazo e continuam no mercado mesmo em momentos de volatilidade”, diz Karen Bodner, diretora do BNY Mellon.
A pesquisa americana apontou que 38% dos investidores pessoa física participam das decisões da empresa, mostrando que querem se engajar no dia a dia corporativo e isso exige do profissional de relações com investidores um trabalho mais aprofundado para divulgação de informações a esses grupos.
O superintendente de relações com investidores da B3 concorda com as conclusões do levantamento do BNY Mellon e afirma que é necessário um trabalho para esse grupo, principalmente para educá-los sobre negócios mais complexos. “Não podemos ser paternalistas, precisamos encará-los com seriedade”, diz Campos.
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