Eletrobras (ELET3) descarta grandes aquisições e compra de ativos no exterior

Executivos enfatizam a analistas o foco em ganhos de eficiência administrativa e na gestão financeira

A Eletrobras (ELET3) não tem interesse em fazer grandes aquisições de ativos no Brasil nem em adquirir ativos no exterior, disse nesta quarta-feira (8) o presidente-executivo da companhia, Ivan Monteiro.

“Não esperem grandes aquisições ou de ativos no exterior; no momento não é prioridade”, disse Monteiro em teleconferência com analistas.

Segundo o executivo, o crescimento esperado da empresa nos próximos anos deve vir da participação em leilões de transmissão, como o que está previsto para acontecer em dezembro.

Além disso, afirmou Monteiro, a Eletrobras deve manter o foco em ganhos de eficiência, reduzindo custos administrativos, operacionais e financeiros.

Balanço

No terceiro trimestre, os custos administrativos (PMSO) da empresa foram 14% menores do que um ano antes.

Simultaneamente, programas de demissão voluntária (PDV) reduziram o quadro de pessoal em 22%, para 8,2 mil pessoas.

A companhia teve de julho a setembro lucro recorrente de R$ 1,1 bilhão, uma queda de 3% ano a ano.
O resultado operacional medido pelo Ebitda cresceu 51%, a R$ 6,25 bilhões.

Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Porém, maiores custos financeiros e com contabilização de passivos financeiros afetaram a última linha do resultado.

Repercussão

Na B3, a ação ordinária da Eletrobras (ELET3) teve baixa de 0,45%. E o Ibovespa cedeu 0,08%.

Apesar de ter alta de 7,75% em novembro, a ação da Eletrobras ainda acumula desvalorização de quase 23% nos últimos 12 meses.

Para analistas, os resultados no terceiro trimestre ilustram o trabalho da gestão para transformar a companhia, desde que foi privatizada, em junho do ano passado.

“Os resultados da Eletrobras trouxeram notícias positivas em todas as frentes, especialmente na área de redução de despesas operacionais e empréstimos compulsórios”, afirmou a XP.

“A Eletrobras parece estar no caminho certo com seu plano de transformação”, acrescentaram Wladimir Pinto e Maíra Maldonado, que assinam o relatório da XP, que tem recomendação de compra para a ação.