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Por que dividendos da PetroReconcavo (RECV3) podem subir em 2025, segundo analistas
Entre as júnior oils, empresas privadas de óleo e gás abaixo da Petrobras em valor de mercado, um nome surge no bolão dos analistas para ser a grande pagadora de dividendos em 2025: a PetroReconcavo (RECV3).
Escanteada no M&A com a antiga 3R Petroleum (hoje Brava Energia) e sem ter para onde expandir, a empresa deve acumular um dos maiores fluxos de caixa no setor e deve repassar um dividendo com yield em 10% no ano que vem. Se o preço do petróleo Brent se estabilizar, a PetroReconcavo tem até espaço para elevar proventos, dizem analistas.
PetroReconcavo (RECV3): dividendos podem saltar em 2025
Segundo levantamento da Quantum Finance, a PetroReconcavo (RECV3) é atualmente a petroleira privada que mais paga dividendos a acionistas no Ibovespa. Ela possui dividend yield de 11,30% nos últimos 12 meses.
Mas para o ano que vem a tendência é de que a petroleira termine a otimização de produção em seus campos maduros de petróleo. Com o fim deste processo de ramp up, é esperado que a petroleira gere mais caixa operacional.
No consenso de mercado, mapeado pelo time de analistas do UBS BB, a PetroReconcavo (RECV3) deve atingir fluxo de caixa livre sobre preço da ação de 24% em 2024, o que se traduz em uma geração de caixa em relação à cotação de RECV3 na bolsa.
Somente a Petrobras (PETR3) deve atingir margem de caixa livre equivalente neste ano.
Analistas explicam que a geração de caixa livre pode impulsionar a PetroReconcavo (RECV3) como grande pagadora de dividendos em 2025.
“Se ela distribuir 50% do lucro líquido em 2025, tem chance de chegar ao dividend yield de mais de 10%”, diz Vitor Sousa, analista da Genial Investimentos. Essa parcela, argumenta, pode ser paga sem afetar a despesa com dívidas e obrigações de M&A – as duas grandes pressões sobre o saldo líquido.
“Mas se o Brent disparar, ela pode atingir um patamar ainda maior, de 15%”, prossegue Sousa.
Operação traz bons ventos para 2025, diz Itaú BBA
Parte do otimismo do mercado vem da melhora dos resultados da PetroReconcavo após agosto, quando a operação sofreu queda abrupta.
Em setembro, a petroleira produziu 26,6 kilo por barril por dia. O dado representa salto de 3% acima de agosto e chamou a atenção do Itaú BBA.
“O dado é um bom ponto de partida para os resultados no quarto trimestre”, diz o banco de investimentos. “E mostra a efetividade da estratégia de 20 workovers por mês da PetroReconcavo (RECV3)”, informa o Itaú BBA.
Os retrabalhos de campos maduros levam o operador de renda variável da Manchester Investimentos, Brayan Campos, a prever maiores dividendos em 2025.
“O programa para melhorar capacidade máxima da operação combinado com o sólido balanço da PetroReconcavo (RECV3) a permite ou a realizar fusões e aquisições ou a pagar dividendos”, afirma.
Como o governo mudou a política de desinvestimentos da Petrobras e os últimos dois M&As da PetroReconcavo “subiram no telhado”, a empresa não tem tanta margem para compra de ativos.
Brent é decisivo nos dividendos de PetroReconcavo (RECV3)
Para analistas, a grande incerteza que torna previsões de dividendos da PetroReconcavo (RECV3) mais delicadas é o valor do barril de petróleo em 2025.
Nas projeções do UBS BB, ele pode chegar US$ 80 no ano que vem.
Hoje, o patamar atual da cotação do petróleo é “bastante positivo para companhias brasileiras”, diz João Daronco, analista da Suno Research. “Elas podem entregar bons resultados, mas a tendência de oscilação bastante grande no meio do caminho”, continua.
Daronco afirma, contudo, que choques de oferta do Brent podem fazer o barril baixar de preço, o que prejudica a capacidade da PetroReconcavo (RECV3) em pagar dividendos, sob pressão das dívidas.
A maior parte das obrigações será paga, segundo o cronograma da petroleira, a partir de 2027.
“A companhia precisa pagar dívidas. O problema é o Brent cair e a operação não gerar dinheiro. Nesse sentido, o caixa livre da empresa precisa segurar o compromisso com credores.”
Por isso, o analista da Suno vê chances maiores de a PetroReconcavo (RECV3) pagar mais dividendos somente em 2026.
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