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Credit Suisse vê menor espaço para valorização de ações nos EUA
O Credit Suisse revisou a sua recomendação para o mercado acionário americano para “neutro” depois que o rali recente em Wall Street diminuiu o espaço que as ações ainda têm para subir. Na avaliação do banco, a queda da inflação americana em julho deu alívio aos mercados americanos, mas eles têm receios de que os mercados estão agora se mostrando confiantes demais.
De acordo com um relatório assinado por economistas do Credit Suisse, embora a inflação deva começar a desacelerar em breve, ela deve se manter elevada o suficiente para continuar a pressionar os bancos centrais a continuar elevando agressivamente os juros.
“Mesmo com um núcleo da inflação [que exclui os preços mais voláteis de alimentos e energia] mais fraco, a inflação cheia deve continuar se mantendo desconfortavelmente acima das metas dos bancos centrais. A inflação de serviços, que compõe uma fatia maior da inflação, deve se mostrar mais persistente”, diz o relatório. “Por esta razão, esperamos que os principais bancos centrais segurem a ‘virada dovish’ [favorável a menos aperto monetário] neste ano”.
O Credit Suisse projeta mais 1,25 ponto percentual de altas de juros para o Federal Reserve (Fed) nas três reuniões que restam neste ano, levando a meta de juros do BC americano à faixa entre 3,50% e 3,75% até o fim de 2022, com mais uma elevação de juros para o ano que vem. As projeções são de que o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra elevem a taxas básicas de juros “em magnitude semelhante pelo restante do ano”, apesar das perspectivas mais fracas de crescimento econômico.
De fato, o banco suíço espera que as economias da zona do euro e do Reino Unido entrem em recessão nos próximos anos, ressaltando que a economia dos EUA recuou nos dois primeiros trimestres do ano, o que já a coloca em recessão técnica. O banco acredita, porém, que a probabilidade de que a economia americana permaneça em recessão pelos próximos seis e doze meses é de apenas 25%.
O Comitê de Investimentos do Credit Suisse manteve a sua recomendação favorecendo ações (posição “overweight”) em julho até o começo de agosto, aproveitando um rali em Nova York que viu uma valorização de cerca de 15% no S&P 500 e colocou o Nasdaq oficialmente em “bull market” – um nível técnico definido por uma alta de pelo menos 20% de um ativo em relação à mínima recente.
No meio de agosto, o banco revisou a sua recomendação para o mercado acionário americano a uma postura mais neutra, prevendo que esta classe de ativos terá agora “menos potencial de ganhos no futuro”, dado a sua valorização nas últimas semanas. Entre as ações, eles continuam “overweight” em relação ao setor de tecnologia americano e às ações chinesas, mas adotam postura “underweight” em relação à as ações na zona do euro.
Emergentes
Para o Credit, a abertura dos spreads (diferença) entre os rendimentos dos títulos dos mercados emergentes e dos EUA nas últimas semanas levou a um rali “significativo” de alívio desde o meio de julho. Mesmo com uma moderação do otimismo visto nas últimas semanas em relação ao ritmo de alta de juros do Fed, o banco ainda diz esperar uma boa performance dos títulos soberanos na América Latina, e especialmente no México, devido aos seus fortes laços comerciais com os EUA.
A instituição diz que o maior risco para o mercado de crédito da região é o surgimento de mais um choque inflacionário nos EUA, que levaria a uma reprecificação da dívida americana, reduzindo os spreads em relação aos mercados emergentes.
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