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Carrefour (CRFB3) volta ao lucro no 2º tri e anuncia nova meta de sinergias com Big
Empresas citadas na reportagem:
O grupo Carrefour (CRFB3) no Brasil voltou ao lucro no segundo trimestre e está acelerando o seu plano de sinergias anuais, após a compra do Big, anunciada em 2021. Mas ainda fechou o período com as vendas de alimentos no braço de varejo (em lojas com mais de 12 meses) em queda, apesar da melhora no percentual de retração.
A empresa ainda anunciou que está transformando oito supermercados, negócio em fase de reorganização, em unidades do Atacadão. E por isso, a meta de conversões de atacarejo no ano subiu.
CRFB3 no 2T2024
A companhia teve lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 330 milhões de abril a junho, revertendo a perda de R$ 249 milhões no mesmo período do ano anterior, e com a receita líquida consolidada crescendo 7,8%, para R$ 29,6 bilhões.
A melhora no resultado refletiu o processo de reduções de despesas com vendas, gerais e administrativas, e maior diluição dessa linha, gerando ganho operacional. O valor do Ebit, que mede lucro antes de juros e impostos alcançou R$ 594 milhões, frente a perda de R$ 9 milhões um ano antes.
A margem bruta caiu, sentindo efeito especialmente da unidade de supermercados e hipermercados, mas a margem Ebitda ajustada melhorou no consolidado. Este índice mede lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação.
O recuo da margem bruta foi de um ponto, para 18,7% de abril a junho versus 2023. Isso é efeito da maior venda a clientes pessoas jurídica, com rentabilidade menor, e a forte campanha promocional do Atacadão no trimestre, além de uma precificação mais agressiva no varejo, o que tende a afetar esse índice.
Desempenho entre as redes
“Todos os nossos formatos têm inflação interna menor porque estamos baixando preço, investindo em preços. No Atacadão, isso está gerando um volume mais positivo, com aumento na venda “b2b” [para empresas clientes]”, disse Stéphane Maquaire, CEO do grupo, a jornalistas.
A margem Ebitda ajustada do grupo Carrefour cresceu 0,6 ponto, para 5,7% de abril a junho. Todas as unidades avançaram nesse índice (Atacadão, braço de varejo de Carrefour e o Sam’s Club). Sem o ajuste, o índice subiu quase dois pontos, para 6,5%.
Em vendas “mesmas lojas”, o atacarejo e varejo cresceram, mas neste último caso, o avanço foi sustentado pela alta demanda de itens não duráveis.
No Atacadão, essa alta foi de 7,4%, e nos supermercados e hipermercados, houve queda de 0,4% no negócio alimentar e aumento de 7,5% no não-alimentar, como eletrônicos e bazar.
No trimestre anterior, esse índice no alimentar recuava mais, com queda de 3,3%, e o CEO destacou o avanço trimestral de abril a junho.
Nesse mesmo período, houve o fechamento de parte das operações da rede Dia, por conta do pedido de recuperação judicial da empresa em março, mas o CEO não fez relação entre esse ganho e a crise no concorrente.
As vendas totais dos supermercados e hipermercado caíram 11,3% porque o grupo têm fechado lojas e migrado para Atacadão — a redução de área foi de 20% no intervalo.
Fechamento de pontos
Ao fim de junho, o Carrefour (CRFB3) tinha 90 supermercados — foram 117 fechamentos em 12 meses, em parte, por conta de desempenho abaixo do esperado, mas Maquaire disse hoje que esse trabalho de revisão do modelo com fechamentos de supermercados terminou. Restam 90 supermercados no país, e eram 207 em dezembro.
Há menos supermercados do que hipermercados no grupo hoje (são 119 hipermercados da bandeira do grupo), isso apesar da crise mundial do modelo de grandes lojas no varejo, que tem feito várias cadeiras fecharem pontos de hipermercados.
Ainda foi revisado o plano de abertura de lojas de Atacadão em 2024 para 20 pontos, versus 10 a 12 novas lojas como se estimava antes.
Dessas 20 unidades, 12 são transformações de hipermercados e oito são supermercados que estão virando atacarejo neste ano, por conta da necessidade de fortalecer o negócio que cresce mais no grupo.
A empresa ainda comunicou em seu material ao mercado duas mudanças relevantes, relacionadas às sinergias com a compra da rede Big, e nas aberturas de lojas.
A meta de sinergias por ano subiu de R$ 2 bilhões para R$ 3 bilhões por ano. Isso foi alterado após a varejista ter capturado, no segundo trimestre, cerca de R$ 583 milhões em economias, equivalente a R$ 2,3 bilhões anualizado, ultrapassando a meta de R$ 2 bilhões por ano em sinergias até o final de 2025 em cerca de 17%, disse hoje o diretor vice-presidente financeiro, Eric Alencar.
Esse prazo está 18 meses à frente do planejado inicialmente. A maior parte das sinergias capturadas até o momento vieram de reduções de custos, que superaram as expectativas iniciais em aproximadamente R$ 1,3 bilhão por ano.
Com informações do Valor Econômico
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