Bolsas da Europa fecham semana em queda com temores de recessão após decisões do BCE e BoE

Investidores acompanharam as declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, que sinalizou que novas altas para as próximas três reuniões

Os principais índices acionários da Europa fecharam em queda hoje, refletindo o cenário econômico global e a possibilidade de uma recessão após as decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE).

Na quinta, a presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que a autoridade monetária da zona do euro tem um caminho mais longo em relação aos apertos monetários do que o do Federal Reserve (Fed).

Após ajustes, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,20%, a 424,74 pontos.

O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, registrou perdas de 1,27%, a 7332,12 pontos, o DAX, de Frankfurt, teve queda de 0,67%, atingindo 13.893,70 pontos, e o CAC 40, de Paris, exibiu retração de 1,08%, caindo a 6.452,63 pontos.

Na semana, a bolsa de Londres teve queda de 1,27%, enquanto a de Frankfurt registrou retração de 3,32% e a bolsa de Paris exibiu perdas de 3,37%.

Entre os setores do Stoxx Europe 600, a principal queda ficou com o setor de serviços financeiros, que teve retração de 2,26%. O segmento bancário registrou valorização de 0,83%.

Euro e libra

Por volta de 13h55, o euro registrava queda de 0,26%, a US$ 1,06101 enquanto a libra recuava 0,16%, a US$ 1,21696. Já o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em alta de 0,06%, a 104,626 pontos.

Discurso de Lagarde, do BCE

Os investidores acompanharam a divulgação de diversos indicadores econômicos europeus enquanto avaliavam as declarações de Christine Lagarde, que sinalizou que o BCE deve realizar novas altas de 0,50 ponto percentual de forma contínua nas três próximas reuniões, indicando a possibilidade de um aumento nos juros de 1,5 ponto percentual nos próximos meses.

Indicadores europeus

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na zona do euro registrou alta de 10,1% em novembro, no acumulado de 12 meses, conforme divulgou a Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia.

Já o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que reúne dados do setor industrial e também de serviços, avançou para 48,8 em dezembro, na leitura preliminar, de 47,8 no mês de novembro. O indicador alemão subiu para 48,9, de 46,3 em novembro, e o do Reino Unido ficou em 49 na leitura preliminar de dezembro, mantendo-se abaixo do ponto de equilíbrio de 50 pelo quinto mês consecutivo.

“A alta dos índices dos gerentes de compras nos dá esperança de que a recessão na Zona do Euro será muito branda. No entanto, não devemos nos alegrar cedo demais. O ambiente econômico está visivelmente ruim. O BCE aumentou as suas principais taxas de juro em 2,5 pontos ao longo do ano. E de acordo com o presidente do BCE, isso está longe de ser o fim do caminho. Além disso, a economia da zona euro está a sofrer com o choque dos preços da energia”, indicou em relatório o economista-sênior do Commerzbank, Christoph Well.

Além disso, as vendas no varejo do Reino Unido caíram em novembro, trazendo mais evidências de recuo nos gastos dos consumidores quase no final do quarto trimestre. Os volumes das vendas no varejo caíram 0,4% em novembro ante outubro, depois de terem crescido 0,9% no mês anterior, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).

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