Bolsas dos EUA fecham em queda forte com negociações sobre teto da dívida estagnadas

Segundo informações da imprensa americana, McCarthy disse a correligionários do partido republicano que as partes “não estão nem perto” de uma solução.

As bolsas de Nova York fecharam em queda forte depois que comentários do presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, preocuparam participantes do mercado à medida que sinalizaram uma paralisação das negociações entre o governo e o Congresso para elevar o teto da dívida americana.

O índice Dow Jones terminou o dia em queda de 0,69%, a 33.055,51 pontos, o S&P 500 recuou 1,12%, a 4.145,58 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,26%, a 12.560,24 pontos.

Setores

Dos 11 setores do S&P 500, apenas o de energia encerrou o pregão em alta, de 1,04%, a 613,23 pontos. Ações como as da Chevron (+2,90%) e ExxonMobil (+1,41%) acompanharam o bom desempenho do petróleo no mercado futuro hoje.

Default no horizonte

Investidores estão cada vez mais preocupados com a possibilidade dos EUA entrarem em default, já que líderes do governo e do Congresso não parecem próximos de um acordo que eleve o teto da dívida.

Segundo informações da imprensa americana, McCarthy disse a correligionários do partido republicano que as partes “não estão nem perto” de uma solução.

Outro fala de McCarthy que chamou atenção foi a de que, no momento, não há novas reuniões marcadas com o presidente Joe Biden, dando a entender que as negociações estagnaram.

“O que pode estar deixando alguns investidores nervosos é que alguns republicanos da Câmara podem não estar convencidos de que o prazo de 1º de junho é preciso ou de que um default seria o fim do mundo. Se a data real acabar sendo mais próxima de 7 de junho, poderemos ver o estresse do mercado aumentar”, alerta Edward Moya, analista sênior de mercados da Oanda.

Wall Street reduz apostas no corte de juro

Apesar da maior cautela nos mercados de Wall Street, investidores seguem reduzindo suas apostas por um corte de juros do Federal Reserve (Fed) tão cedo. Além disso, a probabilidade de que o BC volte a elevá-los em 14 de junho subiu para 32,7% no fim da tarde, de acordo com dados do CME Group.

Ainda assim, a expectativa majoritária compreende pausa do aperto monetário, com juros de 5% a 5,25% até setembro. Depois disso, o mercado precifica ao menos um corte de 25 pontos-base entre as reuniões de novembro e dezembro, levando o juro básico americano ao patamar de 4,75% a 5%. Há uma semana, a expectativa do mercado se dividia entre dois ou três cortes de juros até o fim do ano.

Ata do Fomc

Amanhã, o Fed divulga a ata da sua reunião de política monetária de junho, a última realizada pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Para Rubeela Farooqi, economista-chefe para EUA da High Frequency Economics, o documento deve revelar as discussões internas do BC americano sobre uma possível pausa da alta de juros.

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