Ibovespa sobe mais de 1%, renova máxima história e alcança 132 mil pontos; dólar cai para R$ 4,88

Cenário nos Estados Unidos, alta no minério de ferro na China e aprovações no Brasil animaram os investidores

Uma conjução de fatores econômicos, formada por crescimento menor da economia dos Estados Unidos, alta do minério de ferro na China e aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024 na noite anterior era tudo o que o investidor esperava para abrir a carteira e empurrar o principal indicador da bolsa de valores hoje ao patamar recorde de 132 mil pontos.

O Ibovespa alcançou a marcação histórica nesta quinta-feira (21), no penúltimo pregão antes do Natal, com uma alta consistente de 1,05%, a 132.182,01.

Já o dólar, em um contexto de queda generalizada da divisa pelo mundo, encerrou o dia em baixa de 0,49% frente o real, cotado a R$ 4,8877.

Boa notícia para quem investe em ouro. Favorecido pela queda da moeda americana, o contrato futuro mais líquido do metal, com entrega prevista para fevereiro de 2024, bateu em US$ 2.051,30 a onça-troy.

Esse contrato é negociado na Comex, a divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Ibovespa hoje

Os investidores começaram o dia animados pelo aval do Senado à MP da Subvenção, que deve ajudar a política fiscal ao longo de 2024, e ganharam fôlego adicional quando o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA veio aquém do previsto e o índice americano de preços PCE foi revisado para baixo, reforçando as apostas de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) pode cortar os juros já em março.

É nesse ambiente que a bolsa de valores hoje operou durante todo o dia ao redor dos 132 mil pontos, nível que chegou a superar durante a manhã, também com a ajuda de Vale e siderúrgicas, isso depois que o minério de ferro subiu 3,5% na China. No final do pregão, o índice renovou o fôlego, em um histórico sprint de fim de pregão.

Dólar hoje

No mercado de câmbio, ao mesmo tempo, a possibilidade de corte nos Fed Funds (os juros básicos da economia americana) que já subiu para 175 pontos-base em 2024, enfraqueceu o dólar globalmente, o que somado ao ambiente local mais favorável f=ez com que a moeda dos EUA recuasse ao patamar de R$ 4,8877 ante o real.

Ações em alta: confira as cinco melhores da bolsa de valores hoje

A Embpar foi a melhor ação da bolsa de valores desta quinta-feira (21). Os papéis subiram 14,23% no pregão da Bovespa.

Logo em seguida, as ações da Companhia Brasileira de Alumínio subiram +9,42%, a segunda maior alta da bolsa de valores.

Confira abaixo as cinco principais ações em alta da bolsa de valores hoje. As ações elencadas abaixo tiveram volume de transação financeira igual ou superior a R$ 1 milhão. A lista foi atualizada às 18h30.

  • Embpar ON (EPAR3): +14,23%
  • Companhia Brasileira de Alumínio ON (CBAV3): +9,42%
  • Telebras PN (TELB4): +9,31%
  • Recrusul ON (RCSL3): +8,85%
  • Mitre Realty ON (MTRE3): +7,34%

Ações em baixa: confira as cinco piores da bolsa de valores hoje

Por outro lado, a Kora Saude ON (KRSA3) teve a maior queda da bolsa de valores hoje. O ativo ordinário da companhia de saúde despencou -6,67%.

Confira abaixo as cinco ações com maiores quedas na bolsa de valores hoje. A lista segue o mesmo critério do ranking de principais altas:

  • Kora Saude ON (KRSA3): -6,67%
  • Grupo Casas Bahia ON (BHIA3): -5,12%
  • Sequoia Logistica ON (SEQL3): -4,76%
  • ClearSale ON (CLSA3): -4,34%
  • Plano & Plano ON (PLPL3): -3,49%

Bolsas da Europa

As bolsas da Europa fecharam em sua maioria em baixa nesta quinta-feira, pressionadas por comentários sobre a política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

O vice-presidente da autoridade monetária, Luis de Guindos, alertou que ainda é “muito cedo” para discutir cortes de juros, embora reconheça que os dados mais recentes de inflação na zona do euro vieram “favoráveis”.

Desta forma, os índices se viram pressionados pelas perspectivas futuras para a postura do BCE, que nos últimos dias sinalizavam um relaxamento ao longo de 2024.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,21%, a 476,94 pontos. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,27%, a 7.694,73 pontos.

Em Paris, o CAC 40 recuou 0,16%, a 7.571,40 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,27%, a 16.687,42 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,29%, a 30.274,26 pontos.

Destoaram o Ibex 35, de Madri, que avançou 0,04%, a 10.105,30 pontos e PSI 20, de Lisboa, que subiu 0,69%, a 6.388,46 pontos.

Bolsa dos Estados Unidos

A bolsa de valores hoje de Nova York fechou em alta, impulsionada por indicadores da economia americana.

As leituras reforçaram as perspectivas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) no próximo ano. Além disso, algumas empresas divulgaram resultados acima do esperado, o que repercutiu em seus respectivos setores, caso das fabricantes de chips que ganharam força após números da Micron.

O volume de negócio encolheu nos últimos dias, à medida que investidores já entram no clima das festas de fim de ano. O período costuma ser marcado por valorização nos mercados, no fenômeno apelidado de “rali do Papai Noel”.

O índice Dow Jones subiu 1,87%, aos 37.404,35 pontos. O S&P 500 subiu 1,03%, para 4.746,75 pontos e o Nasdaq avançou 1,26%, aos 14.963,87 pontos.

Na última leitura do indicador, o Departamento de Comércio dos EUA revisou para baixo a estimativa para o crescimento anualizado do PIB americano no terceiro trimestre, de 5,2% para 4,9%. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) também apresentou avanço menor que o calculado anteriormente no período, de 2,6%. Após o indicador, a curva futura ampliou a precificação por cortes de juros do Fed a partir de março, conforme aponta plataforma de monitoramento do CME Group.

As ações de fabricantes de semicondutores foram destaques, após a Micron informar receita maior que a esperada em meio à demanda aquecida por chips para inteligência artificial. O papel da empresa subiu 8,63%. Na esteira, Nvidia ganhou 1,83%, Intel subiu 2,88% e Qualcomm teve valorização de 1,42%.

As ações da Carnival Corporation subiram 6,20% após divulgar os resultados do quarto trimestre. Outros companhias de cruzeiros subiram em resposta, incluindo Royal Caribbean, que avançou 5,21%. A Norwegian Cruise Lines subiu 5,44%. As ações da Carnival e da Royal Caribbean mais que dobraram de valor neste ano, enquanto as da norueguesa subiram 70%.

Com informações de Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo