Ibovespa vira para negativo e cai pela sexta queda seguida

Altas de Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3) ajudaram bolsa de valores, mas falas de Campos Neto e setor externo pesaram contra Ibovespa hoje

A bolsa de valores hoje fechou em queda após uma abertura positiva. Assim, o Ibovespa, índice de referência da bolsa brasileira, encerrou o pregão com a sexta baixa consecutiva, com recuo de 0,17%, a 124.171,15 pontos. As ações de frigoríficos pesaram contra o índice, enquanto papéis do setor de mineração como Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) subiram no Ibovespa.

Desde a última quarta-feira, o Ibovespa acumulou queda de 4,40%, informa Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

Por outro lado, o dólar recuou depois de bater o patamar de R$ 5,27 e terminou o dia cotado a R$ 5,2434. A moeda norte-americana registrou valor recorde na terça, o maior desde março do ano passado.

Veja os destaques da bolsa de valores, Ibovespa, dólar e bolsas do exterior hoje.

Ibovespa hoje

O Ibovespa abriu em alta hoje, mas cedeu durante o dia com o pessimismo dos investidores com o cenário da economia americana e falas do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Nesta quarta-feira, o banqueiro citou que a autoridade monetária deve “observar cada dia” para definir o futuro da política monetária.

À luz do comentário, Campos Neto afirmou que a revisão da meta fiscal de 2025 de reduzir o superávit primário em 0,5% para zerar o déficit aumentam os prêmios de risco. Mas a alteração, presente na Lei de Diretrizes Orçamentárias definida pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, foi na direção do mercado, destacou Campos Neto.

Para Fabio Louzada, fundador da Eu Me Banco, as falas do presidente do BC “pesam de certa forma no mercado”. Apesar de denotar que a maior parte das incertezas vêm do cenário externo, “uma preocupação com o fiscal tornou o trabalho do BC mais difícil”, segundo ele.

Já de acordo com Alexsandro Nishimura, economista da Nomos, as altas das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e de Vale (VALE3) ajudaram a estancar as perdas do Ibovespa.

“As taxas de juros futuros de curto prazo, que caíam, viraram para alta”, diz Nishimura. O principal motivo foi a interpretação, dentre investidores, de que a fala de Campos Neto coloca em xeque o guidance do BC para cortar a Selic em 0,50 ponto percentual na próxima reunião.

As ações ON e PN da Petrobras obtiveram ganhos de 0,15% e 0,73%, respectivamente. Além disso, o papel da Vale (VALE3) avançou 1,09% no pregão.

Ao longo das seis quedas, o Ibovespa cedeu 4,40%, informa Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria.

Dólar hoje

Por outro lado, o dólar também fechou em queda contra o real, reduzindo a pressão sobre o câmbio depois do ganho recorde da última sessão.

Assim, a moeda norte-americana terminou o pregão desta quarta-feira cotada a R$ 5,2434, uma desvalorização de 0,50% contra a moeda brasileira.

No cenário internacional, o desempenho da divisa americana também era negativo contra pares mundiais como o euro e o iene. O índice DXY, que compara o dólar contra uma cesta de moedas importantes, fechou o dia de negociações em queda de 0,30%, a 105,93 pontos.

Melhores ações da bolsa de valores

Considerando todos os ativos presentes no Ibovespa, a melhor ação da bolsa de valores nesta quarta-feira ficou com o papel da Biomm (BIOM3).

A ação (BIOM3) decolou 38,16% na Bovespa após a empresa divulgar que chegou a um acordo com a farmacêutica indiana Biocon para produzir e comercializar um concorrente do Ozempic no Brasil. O remédio, em forma de caneta, é utilizado para tratamento de diabetes e controle de peso.

Em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira, o CEO da Biomm, Heraldo Marchezini, explicou que o acordo com a Biocon abre para a companhia um mercado de R$ 3 bilhões no Brasil.

Confira abaixo as principais altas da bolsa de valores hoje. A lista segue como critério elencar apenas ações com mais de mil negociações durante o pregão.

  1. Biomm ON (BIOM3): +38,16%
  2. Sequoia Logística ON (SEQL3): +20%
  3. Alliar ON (AALR3): +12,23%
  4. CSN Mineração (CMIN3): +5,48%
  5. Portobello ON (PTBL3): +3,71%

Piores ações da bolsa de valores

Por outro lado, a ação preferencial da Recrusul (RCSL4) teve o pior desempenho do dia, com queda de 9,84% na bolsa de valores hoje.

Veja a seguir as cinco principais quedas da Bovespa. A lista segue os mesmos critérios do ranking de melhores ações.

  1. Recrusul PN (RCSL4): -9,84%
  2. Azevedo&Travassos PN (AZEV4): -9,38%
  3. Romi ON (ROMI3): -7,15%
  4. Marfrig ON (MRFG3): -6,45%
  5. CVC Brasil ON (CVCB3): -5,05%

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira (17) após resultado decepcionante da ASML deflagrar uma onda generalizada de vendas de ações do setor de chips semicondutores. A pressão amplificou a cautela causada pelas perspectivas de juros restritivos por mais tempo nos Estados Unidos, além das incertezas geopolíticas.

O índice Dow Jones encerrou a sessão com desvalorização de 0,12%, a 37.753,31 pontos; o S&P 500 caiu 0,58%, aos 5.022,21 pontos; e o Nasdaq desceu 1,15%, aos 15.683,37 pontos.

Bolsas da Europa

As bolsas da Europa fecharam em alta nesta quarta-feira, em sessão com recuperação após a queda acima de 1% que os índices sofreram na terça-feira, em um cenário de aversão a riscos por conta das tensões geopolíticas.

Nesta quarta, dados de inflação na zona do euro e no Reino Unido foram divulgados, o que, no caso do bloco europeu, apontou o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) a caminho da meta do Banco Central Europeu (BCE). O dia contou ainda com a divulgação dos balanços de importantes empresas.

Já a mineradora anglo-australiana Rio Tinto agradou com os últimos números de produção, e sua ação avançou 2,55% em Londres, onde o FTSE 100 subiu 0,35%, a 7.847,99 pontos.

Em Frankfurt, o DAX subiu 0,12%, a 17.786,99 pontos, enquanto o FTSE MIB avançou 0,72%, a 33.632,71 pontos, em Milão. A ação do banco espanhol subiu 1,40% em Madri, onde o Ibex 35 teve alta de 1,02%, a 10.633,90 pontos. Ainda na Península Ibérica, o PSI 20 subiu 0,16%, a 6.234,41 pontos, em Lisboa.

Com informações do Estadão Conteúdo