Ibovespa cai 0,49%, mas mantém nível histórico de 130 mil pontos; dólar sobe a R$ 4,93

O principal índice da bolsa avançou 2,44% na semana e no ano a alta é de 18,65%

A bolsa de valores hoje emplacava nova alta no início da sessão, buscando renovar patamares recordes intradiário e de fechamento, que foram registrados na sessão anterior. Porém, no final da manhã, o índice passou a cair por conta da virada nos juros futuros, que subiram no Brasil e nos Estados Unidos, tendência mantida até o final do pregão.

Assim, o Ibovespa terminou esta sexta-feira (15) em queda de 0,49% a 130.197,10, perto da mínima do dia, que foi de 129,8 mil pontos. Ainda assim, o principal índice da bolsa avançou 2,44% na semana. No ano, a alta é de 18,65%.

No dia 14 de dezembro de 2023, o Ibovespa alcançou o maior patamar de fechamento em sua história, de 130.842,09 pontos. A máxima registrada na última quinta, de 131.259,81 pontos, corresponde ao maior patamar de todos os tempos.

Veja como está a cotação do índice IBOV agora:

Dólar hoje

No pregão desta sexta, o dólar subiu 0,45% na relação com o real ao final do pregão, cotado a R$ 4,9372. Na semana, a moeda norte-americana ficou perto da estabilidade, com alta de 0,2%. No ano, o desempenho é negativo: perda de cerca de 6% em relação ao real

No mercado internacional, o dólar também subiu nesta sexta. O DXY, que mede o desempenho da divisa ante outras moedas importantes, avançou 0,58%, a 102,55 pontos.

Veja a cotação do dólar agora:

Ações em alta

A lista de ações em alta na bolsa de valores hoje está bastante diversa. Entre as cinco melhores aparecem bancos, empresas de infraestrutura, tecnologia e agro. Destaque para o banco BMG, que subiu mais de 12% e liderou os ganhos na bolsa de valores hoje. Veja a lista.

  • BMG (BMGB4) +12,28%
  • Allied (ALLD3) +10,14%
  • Recrusul (RCSL3) +8,54%
  • Três Tentos (TTEN3) +3,71%
  • BrasilAgro (AGRO3) +2,83%

Ações em baixa

Por outro lado, as ações relacionadas ao setor de varejo ficaram entre as maiores quedas do dia. A Infracommerce, que fornece serviços digitais para e-commerces e marketplaces ficou com a pior perda do dia. Magalu e Petz também foram destaques negativos. Veja as cinco ações que mais caíram no dia

  • Infracommerce (IFCM3) -9,47%
  • Magazine Luiza (MGLU3) -8,64%
  • Eternit (ETER3) -7,85%
  • Qualicorp (QUAL3) -6,53%
  • Petz (PETZ3) -6,43%

Os rankings contemplam ações que movimentaram mais de R$ 1 milhão no dia, que integram ou não o Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas depois do fechamento, às 18h07, mas podem ter atualizações.

Bolsas mundiais: Nova York

As bolsas de Nova York fecharam sem direção única após falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed). As autoridades sugeriram que o início do corte de juros pode não estar tão perto quanto os investidores esperam, como a mensagem do presidente Jerome Powell os fez precificar. Porém, as bolsas subiram mais de 2% no acumulado da semana, marcada pela decisão monetária do Fed considerada dovish.

No fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,15%, a 37.305,16 pontos, na máxima histórica pelo terceiro pregão seguido; o S&P 500 caiu 0,01%, a 4.719,19 pontos; o Nasdaq avançou 0,35%, a 14.813,92 pontos.

Em relação à sexta-feira passada, os ganhos foram de 2,92%, 2,49% e 2,85%, respectivamente. Com isso, o S&P 500 registrou a sétima semana consecutiva de ganhos, maior sequencia positiva desde 2017, de acordo com a CNBC.

Europa

Da mesma maneira, as bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta sexta, em sessão que seguiu a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), e que esteve atenta aos comentários de dirigentes da autoridade.

Após comentários sinalizando poucas discussões sobre corte de juros por parte da presidente Christine Lagarde na quinta-feira, outras declarações de dirigentes sugeriram que o corte de taxas pode estar nos planos dos próximos encontros. Além disso, indicadores deram sinalizações sobre a atividade.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,01%, a 476,61 pontos. Nesta sexta, o FTSE 100 caiu 0,91% em Londres, a 7.576,36 pontos. Em Madri, o Ibex35 recuou 0,73%, a 10.097,30 pontos. Já o PSI 20 recuou 1,21% em Lisboa, a 6.426,97 pontos. Em Frankfurt, o DAX ficou estável a 16.751,44 pontos. Por outro lado, o CAC 40 subiu 0,28% em Paris, a 7.596,91 pontos, e o FTSE MIB avançou 0,05% em Milão, a 30.373,89 pontos.

Futuro do Ibovespa

Se conseguir superar a região dos 131 mil pontos, o Ibovespa deve dar mais um sinal ao mercado em direção à tomada de risco, projeta Fabio Perina, estrategista de Ações do Itaú BBA. “Neste caso, os próximos objetivos do índice estão em 137.000 e 150.000 pontos – patamar a ser perseguido ao longo de 2024”,

Por outro lado, ele alerta sobre a possibilidade de realizações de lucros, que podem jogar a bolsa para baixo novamente, de maneira pontual. Ainda assim, o estrategista avalia que o índice não deve descer abaixo de 129.200 pontos.

Small caps têm oportunidades

Na bolsa de valores hoje destaque também para o índice Small Caps, que, segundo Perina, acionou ponto de compra na última semana. “Portanto, vemos que as oportunidades podem ser acionadas em ativos que compõem essa carteira teórica”.

Por outro lado, ele destaca que as small caps são mais voláteis, o que exige uma gestão de riscos bem apurada do investidor.

Futuro do dólar e da Selic

A combinação de um banco central norte-americano mais brando, enquanto a versão brasileira se apresenta mais conservadora, como visto na última decisão sobre juros, “gera pressão por valorização do real ante o dólar”, diz José Marcio Camargo, economista da Genial Investimentos.

Isso pode acentuar os efeitos desinflacionários no Brasil, segundo Camargo. Além disso, pode haver a redução da taxa de juros terminal no atual ciclo de queda. Dessa maneira, “Selic de um dígito no final deste processo” de queda volta a ser uma possibilidade, acrescenta.

Política

Em sessão agitada na quinta-feira (14), o Congresso derrubou a desoneração da folha de pagamento e marco temporal parcialmente, e manteve vetos como por exemplo de arcabouço fiscal. Além disso, derrubou veto da retirada de despesas do cálculo da meta fiscal.

Com informações do Estadão Conteúdo