Ibovespa sobe 0,44% e recupera os 127 mil pontos com Petrobras e Vale; dólar fica estável

Bolsa de valores hoje: veja o desempenho do Ibovespa e do dólar nesta terça-feira (2) e o que movimentou os ativos

A bolsa de valores hoje fechou em alta, na contramão dos principais índices ocidentais, com as grandes empresas da bolsa em volume de ações negociadas impulsionando os ganhos por aqui.

Nesse sentido, no fechamento desta terça-feira (2), a Vale (VALE3) subiu 1,18% e a Petrobras avançou 2,58% (PETR4) e 2,72% (PETR3). O índice Midlarge, que abrange algumas das empresas com grandes volumes, teve alta de 0,55%, o maior ganho entre índices setoriais.

Assim, o Ibovespa fechou em alta de 0,44%, a 127.548,52 pontos, revertendo parte da queda do dia anterior, quando o principal índice da bolsa desceu 0,87%.

Veja aqui os motivos da desvalorização do Ibovespa no pregão anterior.

Dólar hoje

Simultaneamente, o dólar fechou estável, com leve queda em relação ao real, depois dos ganhos robustos do pregão anterior.

Assim, no fechamento, a moeda norte-americana desceu 0,02%, a R$ 5,0583.

Por outro lado, no cenário global, o dólar teve queda.

O DXY, que mede o desempenho da divisa dos Estados Unidos em relação a outras moedas importantes, desvalorizou 0,19%, a 104,81 pontos.

Ações em alta

Veja os papéis que lideraram os ganhos na bolsa de valores hoje.

  • Agrogalaxy (AGXY3) +12,00%
  • Ser Educacional (SEER3) +6,56%
  • Enjoei (ENJU3) +4,95%
  • Tenda (TEND3) +4,86%
  • Lojas Renner (LREN3) +3,98%

Ações em baixa

Confira também os papéis que tiveram as maiores perdas do dia.

  • Sequoia (SEQL3) -12,82%
  • Enauta (ENAT3) -10,40%
  • PetroReconcavo (RECV3) -8,64%
  • Oncoclínicas (ONCO3) -4,93%
  • Infracommerce (IFCM3) -4,40%

Os rankings contemplam ações com volume acima de R$ 1 milhão, que integram ou não o Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas entre 17h07 e 17h11

Ibovespa e NY em direções opostas

O comportamento dos juros das treasuries americanas, nas máximas do ano, jogaram os ativos de risco para baixo no mundo desenvolvido já no início das sessões.

Além disso, o mercado avaliou a abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos, que avançou de 8,748 milhões em janeiro (dado revisado nesta terça-feira, de 8,863 milhões antes divulgado) para 8,756 milhões em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho.

Analistas ouvidos pela FactSet previam 8,770 milhões.

Os números corroboram a avaliação de dirigentes do Fed de que a maior economia do planeta permanece forte, em um quadro que reduz a urgência de se começar o ciclo de relaxamento.

A presidente da distrital do BC norte-americano em Cleveland, Loretta Mester, alertou nesta terça para o risco associado a um afrouxamento prematuro. Já a líder da regional de São Francisco, Mary Daly, disse concordar com a previsão de três cortes este ano.

Assim, investidores adotaram uma postura defensiva que espalhou ordens de vendas por Wall Street. 

Nesse sentido, em Nova York, o Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 1,00%, aos 39.170,24 pontos. S&P 500 cedeu 0,72%, aos 5.205,81 pontos. Nasdaq perdeu 0,95%, aos 16.240,45 pontos.

Europa

As principais bolsas europeias fecharam em queda, invertendo os ganhos observados no início do pregão, na volta do feriado prolongado de Páscoa.

O DAX recuou 1,13%, aos 18.283,13 pontos. O índice de Frankfurt era um dos mais pressionados, sem que a desaceleração mais acentuada do que a esperada da inflação na Alemanha fosse suficiente para conter uma correção após sucessivos recordes.

Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com variação de -0,22%, aos 7.935,09 pontos. O CAC 40, de Paris, registrou baixa de 0,92%, aos 8.130,05 pontos.

Em Milão, o FTSE Mib cedeu 1,22%, aos 34.325,23 pontos. O Ibex 35 marcou recuo de 0,89%, aos 10.975,60 pontos, em de Madri. Por outro lado, o PSI 20, de Lisboa, subiu 0,43%, aos 6.307,21 pontos

Movimentos da bolsa de valores hoje

A principal causa da queda da bolsa de valores no começo da sessão foi a alta da treasury de 10 anos, segundo Paulo Gala, economista-chefe do banco Master.

Os juros do principal título de dívida pública dos Estados Unidos subiram a 4,30% na sessão anterior, bem acima da mínima de 3,80% registrada no início do ano.

“Com isso, o mercado começa a empurrar o corte de juros para julho”, avalia Gala.

Além disso, o petróleo foi às máximas do ano e também começou a preocupar o mercado com a possível volta de uma pressão inflacionária.

Nesse sentido, o petróleo Brent subiu 1,53%. Além disso, o minério de ferro avançou 0,49%. Com isso impactando positivamente o desempenho de Vale, Petrobras e outras companhias de commodities minerais, o desempenho da bolsa de valores do Brasil passou a operar em alta durante a tarde, fechando no campo positivo.

Câmbio em foco

No pregão anterior, o dólar se valorizou com o petróleo a US$ 85 e treasuries de 10 anos nas máximas do ano.

Além disso, houve o vencimento no meio de abril de R$ 3,8 bilhões em NTNs indexadas ao câmbio.

“É um evento importante porque coloca pressão de demanda principalmente de quem quer substituir esse hedge“, explica o economista do Master.

Outro destaque do dia em relação ao dólar foi o anúncio feito pelo Banco Central do leilão extraordinário de US$ 1 bilhão.

O swap para a venda futura de dólar “visa atenuar um pouco esse soluço” da moeda norte-americana, diz Gala.

Com isso, o dólar terminou estável.

Com informações do Estadão Conteúdo e Dow Jones Newswires