Como usar a análise fundamentalista para ganhar dinheiro?

Conheça mais sobre o método usado por gestores e investidores de longo prazo

Você já ouviu falar sobre a análise fundamentalista? Esse método, bastante usado por profissionais que cuidam de fundos de pensão, fundos de investimentos e investidores de longo prazo, busca entender, por meio de informações financeiras, o valor da ação de uma determinada empresa.

Então, para que você fique por dentro do tema, a gente conversou com Bruno Mori, economista e sócio fundador da consultoria Sarfin, que respondeu as principais dúvidas sobre o método.

Eu, se fosse você, não deixaria de ler esse conteúdo por completo.

O que é a análise fundamentalista?

“É um método de avaliação das empresas com base nas informações financeiras ou contábeis”, explica Mori.

Para o que serve a análise fundamentalista?

De acordo com o especialista, o objetivo do método é avaliar o comportamento da empresa e determinar o seu valor.

E para quem é indicado e por quê?

O método é utilizado por administradores de fundos de investimento, fundos de pensão, investidores de longo prazo etc. Portanto, é uma análise indicada a todos os investidores (e alocadores de recursos) que acreditam ser possível determinar o valor de uma ação através da avaliação econômico-financeira da empresa.

Como a análise fundamentalista é feita?

“A análise começa pela avaliação do ambiente macroeconômico da empresa e do mercado em geral. Em seguida, avalia-se o setor em que a empresa está inserida. Desse modo, fatores importantes como dividendos distribuídos, administração de caixa, estrutura de capital e potencial de rentabilidade são obtidos por meio dessa análise”, esclarece Bruno Mori.

Por que a análise fundamentalista é importante para o investidor?

A ideia principal para o uso dessa análise é antecipar o comportamento futuro da uma empresa no mercado. Para que isso esteja certo, deve-se respeitar uma hipótese básica: o mercado não é eficiente no curto prazo (mesmo que no longo prazo seja).

Quais são os principais indicadores da análise fundamentalista?

Alguns exemplos de índices ligados a esse método são:

  • EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização);
  • EVA (Economic Value Add);
  • CFROI (Cash Flow Return on Investment);
  • Índices de Atividade;
  • Índices de Liquidez;
  • Índices de Solvência e Estrutura de Capital;
  • Índices de Rentabilidade etc.

Qual é a diferença entre análise técnica e a fundamentalista?

Segundo Mori, a análise fundamentalista tem aproximadamente 30 anos e a sua origem é acadêmica. Já a análise técnica é utilizada há mais tempo – em torno de 100 anos – e tem origem profissional prática.

“Os usuários da análise fundamentalista normalmente são gestores de recursos que visam o longo prazo. Por outro lado, os usuários da análise técnica normalmente são especuladores de curto prazo. Além disso, a análise fundamentalista avalia informações econômico-financeiras e a análise técnica avalia informações gráficas”, afirma o economista.

Vale saber, aliás, que a pergunta que a análise fundamentalista quer responder é “por quê?”, enquanto a análise técnica quer responder “Quando?”. “E finalmente, a análise fundamentalista tem o objetivo de determinar o real valor de uma ação. Já a análise técnica tem o objetivo de determinar a tendência de evolução das cotações no curto prazo, a fim de se aproveitar da volatilidade para obter ganhos de capital”, diz Mori.

Quais são as vantagens de usar a análise fundamentalista?

O processo decisório de investimento dessa análise envolve o cálculo do valor hipotético da empresa por meio da avaliação de dados financeiros e cenários prováveis com base acadêmica.

E as desvantagens?

É possível que o modelo construído para a avaliação da empresa utilize parâmetros futuros que não se realizem. Ou seja, pode ser que o valor da ação não seja exatamente aquela projetada. Afinal de contas, como bem sabemos, o mercado de renda variável é bastante volátil.

O que é um trader fundamentalista?

“Trader é um termo normalmente utilizado para profissionais que operam ativos mal precificados no curto prazo. Portanto, é alguém que toma decisões com base na análise fundamentalista está mais próximo de um investidor, ou alocador de recursos com visão de longo prazo”, finaliza Bruno Mori.

Jornalista com 15 anos de experiência, já realizou trabalhos para UOL, Veja SP, Consumidor Moderno e outras mídias, além de produções no segmento audiovisual.