Por dentro da Suzano (SUZB3): vale a pena investir em ações da companhia? 

Conheça a história da empresa, seus planos ambiciosos e o que dizem os analistas sobre as ações da companhia

No final de 2023, a Suzano (SUZB3) anunciou sua aposta em um novo mercado: o de celulose fluff. O material está em produtos como absorventes, tapetes higiênicos e fraldas. O investimento faz parte de um conjunto de projetos que, segundo a companhia, ampliará a capacidade instalada de produção e aumentará sua eficiência operacional. 

“Serão investidos R$ 650 milhões na construção de uma fábrica de papel Tissue no município de Aracruz (ES). No mesmo local, a Suzano desembolsará R$ 520 milhões na substituição de uma caldeira de biomassa em um de seus maiores complexos fabris de produção de celulose. Além disso, a empresa destinará R$ 490 milhões a um projeto para ampliar a oferta de celulose fluff na Unidade Limeira, em São Paulo”, afirmou a Suzano em um comunicado. 

Uma empresa centenária 

A Suzano (SUZB3) é uma empresa brasileira de papel e celulose fundada em 1924 pelo imigrante ucraniano Leon Feffer.

Atualmente, é a maior produtora global de celulose de eucalipto e uma das 10 maiores de celulose de mercado. A companhia tem unidades industriais em diversos estados brasileiros, como São Paulo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. A empresa afirma ter como foco a inovação com sustentabilidade.  

Como parte disso, se juntou neste ano a outras duas empresas: Galp e Vibra. Com a parceria, as companhias buscam trocar informações e estudar um modelo para viabilizar em escala o uso do combustível sustentável de aviação (o SAF, na sigla em inglês).

No caso da Suzano, a contribuição vem a partir da biomassa, usada na fabricação do biocombustível. 

O que mostrou o balanço da Suzano

Em seu último relatório, a Suzano reportou uma receita de R$ 10,4 bilhões, uma queda de 28% em comparação com o mesmo período de 2022, por conta dos preços mais baixos da celulose no mercado internacional.  

“Apesar da redução da receita, os resultados foram considerados positivos, demonstrando a capacidade da Suzano de se adaptar a um mercado desafiador para a celulose. A empresa tem se destacado por investir fortemente em Capex, especialmente no projeto Cerrado, sem aumentar seu endividamento, o que é positivo para sua saúde financeira”, ressalta Alexandre Siqueira, analista CNPI-T do Grupo Fractal. 

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, também acredita que a Suzano segue em uma trajetória positiva; principalmente por conseguir elevar o preço cobrado da celulose a cada trimestre. “A companhia inaugura em breve sua nova fábrica no Mato Grosso do Sul, que deve produzir 2,3 milhões de toneladas de celulose. Isso pode dar um aumento considerável em suas receitas no futuro”. 

O que esperar daqui para frente? 

Atualmente, como destaca Alexandre, a Suzano tem uma capacidade de produção de 10,5 milhões de toneladas de celulose por ano. “Com o projeto de expansão Cerrado, essa capacidade será aumentada significativamente a partir de junho. As vantagens competitivas da empresa incluem seu baixo custo de produção de celulose globalmente e sua localização estratégica”.  

Assim, a companhia destaca esse projeto como um dos mais ousados da sua história: a nova fábrica no Mato Grosso do Sul. São R$ 22,2 bilhões em investimento total, 10 mil empregos criados durante o pico da construção e 3 mil novos empregos gerados na nova unidade.  

Construção da nova fábrica da Suzano, no Mato Grosso do Sul

É hora de comprar ações da Suzano? 

Porém, Alexandre explica que a Suzano está sendo negociada hoje com múltiplos de valuation de forma descontada, como P/L e P/VP, abaixo do IBOV, IMAT e de sua média histórica. “Aqueles que consideram investir na empresa buscam uma companhia de referência mundial, conhecida por seu forte investimento em Capex, visando aumentar sua capacidade de produção e eficiência de custos”. 

Atualmente a XP Investimentos tem recomendação de compra das ações da Suzano, com preço-alvo para o final de 2024 de R$ 73. “Nesse sentido, vemos a conclusão da expansão do Cerrado (com previsão de início de produção no 2S24E) corroborando sua abordagem de otimização de custos por meio de um projeto de alto retorno (TIR acima do custo de capital em diferentes cenários)”, afirma a corretora em análise divulgada. 

Além disso, o Itaú BBA também tem recomendação de compra para as ações da Suzano. “Para SUZB3, aumentamos o nosso preço-alvo para o ano de 2024 para R$ 75 (de R$ 63) e mantivemos nossa recomendação de ‘compra’. A Suzano permanece com a nossa preferência no nosso universo de cobertura”, diz o time de papel e celulose do banco.