Ações da Vale (VALE3) caem mais de 3% com preço do minério de ferro derrubando setor

Ações da Vale têm forte perda nesta segunda-feira (11); Usiminas, CSN e CSN Mineração também recuam; entenda

As ações da Vale (VALE3) e de outras empresas do setor de mineração e siderurgia listadas na bolsa de valores caíram em bloco nesta segunda-feira (11).

Com a queda de 7% no preço do minério de ferro no início do dia, a commodiy teve sua pior desvalorização desde 2022.

Assim, no fechamento, as ações da Vale (VALE3) tomaram 3,11%, perto da mínima do dia. Isso tem ajudado a consolidar a queda do Ibovespa no pregão desta segunda.

Simultaneamente, Usiminas (USIM5) e CSN Mineração (CMIN3) também fecharam o dia no vermelho: -4,70% e -2,86%, respectivamente.

Além disso, a CSN (CSNA3) desceu 1,77%.

Por outro lado, a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) e a Gerdau (GGBR4), menos expostas ao mercado chinês, subiam 0,20% e 0,04%.

Queda do minério de ferro

Segundo um relatório de inteligência de uma das gigantes de mineração e siderurgia do Brasil e cujo conteúdo foi confirmado por agentes do mercado, o sentimento de baixa está relacionado aos estoques de aço, que continuam a aumentar.

A fraca recuperação da demanda foi confirmada pelo governo chinês, “diante do acúmulo de estoques nos portos do país para os níveis mais altos em um ano”.

Diante da fraca produção de aço, especialmente para produtos de construção, há uma estratégia de aquisição de minério de ferro cautelosa.

A queda das ações ocorre diante dessa preocupação pública do governo chinês com a retomada de sua atividade econômica, especialmente no setor de construção civil.

Com isso, “a demanda pelo minério de ferro diminui, impactando assim os papéis das mineradoras e das siderúrgicas”, explica Leandro Ormond, analista da Aware Investiments.

Definição sobre Vale é positiva, dizem Itaú BBA e RB

Outra notícia importante para o setor que pesa sobre as ações da Vale é a decisão do conselho da companhia, que se reuniu na sexta-feira passada para decidir pela permanência de Bartolomeu como CEO da mineradora.

Com apenas dois votos contrários dos 13 conselheiros, o consenso foi pela permanência do executivo no principal cargo da companhia até o final de 2024, com permanência até o final de 2025.

A notícia relacionada à permanência de Eduardo Bartolomeu no comando da Vale acabou sendo positiva para o Itaú BBA. O banco entende que a transição para que um novo CEO assuma em 2025 “poderá agora prosseguir de forma mais tranquila e organizada”.

A empresa internacional de renome, ainda não divulgada, que ficará responsável pela escolha do novo executivo, “terá o tempo necessário para avaliar minuciosamente as competências dos potenciais candidatos”.

Além disso, a decisão acaba com as especulações sobre uma mudança a toque de caixa, na interpretação de Gustavo Cruz, estrategista da RB.

“A recondução dele (Bartolomeu) era praticamente certa. A ideia do Lula de interferir que criou um pouco de volatilidade”, avalia.

Especulações sobre VALE3 continuarão, diz Genial

Diferentemente da RB e do Itaú BBA, a Genial tem avaliação “parcialmente negativa” para a decisão sobre a VALE3.

“A renovação por um prazo tão curto implica em dizer que a discussão em torno do nome definitivo para assumir de 2025 em diante ainda continuará nos próximos meses”, complementa.

Nesse sentido, a decisão “não remove incertezas” e “continua a abrir caminho para que o governo pressione por algum nome alinhado aos seus interesses”, arremata a Genial.

O atual CEO acompanhará o processo de sucessão, que será encerrado em março de 2025, e continuará atuando até final do próximo ano, como orientador.

Além disso, ficou definido que o processo será conduzido por uma companhia de head hunter internacionalmente reconhecida, que indicará uma lista tríplice para o board.