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Golpes, concorrência com o Pix e busca por equipes mais engajadas fizeram a Visa repensar seu modelo de negócios
Segundo Fernando Amaral, vice-presidente de inovação da Visa, empresa usa IA há 20 anos
A Visa tem, hoje, cerca de 4,5 bilhões de cartões em circulação no mundo e opera 300 bilhões de transações por ano. Indo mais no miúdo, isso significa dizer que são 75 mil transações processadas por segundo em 200 países. A receita líquida da companhia no terceiro trimestre fiscal (que acabou em julho) deste ano foi de US$ 8,9 bilhões – aumento de 10% em relação ao ano passado.
Com números tão grandiosos, parece que a Visa domina o mundo e, portanto, teria pouco o que conquistar. Mas não é bem assim. “Ainda falta uma integração maior das tecnologias de meios de pagamentos”, diz Fernando Amaral, vice-presidente de inovação da Visa, que conversou com a Inteligência Financeira, na sede da empresa, em São Paulo.
Essa integração está sendo feita através da inteligência artificial. “A Visa foi uma das primeiras empresas a conectar o dinheiro do mundo todo”, afirmou o executivo para o Visão de líder, que você confere no vídeo acima ou nos principais trechos logo abaixo.
Somo focados nos chamados pagamentos invisíveis, com uso de blockchain e inteligência artificial para fazer conexões. Esse é o cerne da Visa: dados, tecnologia e inteligência artificial usados a favor das pessoas e dos negócios. Então é natural a gente estar presente nessa cadeia inteira. E a gente vai estar cada vez mais presente, de maneira agnóstica.
A Visa é uma das precursoras no uso de inteligência de processos em pagamento de mercado financeiro há mais de 20 anos. Estamos vivendo uma revolução no uso de inteligência artificial, especialmente como a generativa. Tem um trabalho super importante de educar, preparar a empresa, os funcionários para todo mundo usar melhor a inteligência artificial.
A gente criou recentemente uma instância que permite que todos os funcionários possam acessar e usar inteligência artificial generativa em suas atividades corriqueiras, sejam elas administrativas ou, no meu caso, por exemplo, ativamente em produtos.
A Visa já tem mais de 100 produtos que usam inteligência artificial como mentoring, como forma de desenvolver negócios. Estamos revisitando e de evoluindo nossos produtos e serviços usando IA como fundamento, tanto para geração de valor, como também para gerar eficiência na cadeia inteira.
Então, a gente entende que isso é pilar fundamental do nosso modelo de negócio. A gente vai continuar investindo e dedicando muito tempo para isso.
O Pix cresce porque ele resolve um problema, faz transferências mais rápidas e com custo menor para o mercado inteiro. Então o que eu acho interessante é que quando você soma essas ondas na cartões, bancos, startups e Pix, você percebe camadas de digitalização e de ganhos de geração de valor que vão se somando.
O mercado brasileiro, em termos de pagamentos, é um dos mais avançados do mundo. Então você vê bancos, startups, fintechs, cartão e o Pix trazendo valor. O mercado de pagamentos tem uma oportunidade muito grande de evoluir na experiência online. Então, de fato, ele ocupa um espaço do cartão de débito. Mesmo assim, você percebe o cartão de débito é bastante resiliente, praticamente estável em relação ao ano anterior. Mas o débito consegue qualificar e ofertar produtos e serviços, coisa que o Pix não faz.
Então eu acho que as coisas são complementares. Tem coisas que ele ganha algum espaço na nossa indústria. Tem coisas que a indústria de cartões tem uma funcionalidade melhor. Está nascendo uma nova relação entre comércio, serviço e o consumidor, por conta do Pix.
A gente desenvolveu e trouxe para o mercado brasileiro uma ferramenta de inteligência artificial para prevenir fraudes em Pix. Essa solução usa nossa capacidade inteligência analítica de fazer detecção em tempo real de uma transação. Assim, ela consegue identificar um Pix fraudulento.
Eu acho que tem diversos perfis de diversos tipos de de fraudadores. Mas alguns fatores todos têm em comum: eles são muito organizados e são “profissionais”. Trabalham de maneira bastante profissional, como se fosse um negócio de fato. Então eu diria que esse é um perfil, que é o perfil que gera mais risco e onde a indústria inteira tenta fazer prevenções ou e colocar métodos para evitar.
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