Como funciona o microcrédito? Respondemos 7 dúvidas sobre o que é o financiamento para empreendedores

Modalidade de empréstimo pode facilitar a vida de quem sonha em abrir a própria empresa

Empreender é uma forma de investir. Neste sentido, não custa lembrar que o empreendedorismo é um dos investimentos mais arriscados que existem – inclusive mais arriscado que a própria bolsa. Afinal, quando empreendemos, investimos recursos financeiros, mas também energia, tempo e sonhos.

Se você está disposto a fazer esse tipo de investimento – ou até já fez, mas ainda está em fase inicial – o microcrédito pode ser uma alternativa interessante para tirar seus planos do papel. “O microcrédito desempenha um papel crucial no fomento ao empreendedorismo no Brasil”, afirma Heverton Peixoto, CEO da Omni&Co.

Isso porque, como ele mesmo explica, essa modalidade de financiamento é uma opção principalmente para empreendedores que não atendem todos os requisitos das linhas mais convencionais de crédito, incluindo a exigência de garantias.

Então, interessante, não?

Então, vamos te mostrar dois caminhos.

No primeiro, você confere abaixo três empreendedoras com histórias enriquecedoras e que podem te inspirar.

Na sequência, listamos 7 perguntas e respostas essenciais sobre o microcrédito.

Acompanhe:

As empreendedoras: de atriz à varejista

  • Luiza Trajano com fundo desfocado, camisa azul escuro, colar e brincos prateados
  • Foto de uma mulher de pele branca, com cabelos escuros e olhos claros. Ela está vestindo uma blusa branca.
  • O lado empreendedor de Giovanna Antonelli

1. O que é o microcrédito?

Microcrédito, como o nome indica, é um crédito de pequeno valor (máximo de R$ 20 mil) destinado a empreendedores formais e informais.

O especialista calcula as taxas médias de microcrédito no Brasil fiquem entre 2% e 6%, em média, dependendo de algumas variáveis como perfil de risco do empreendedor e garantias apresentadas, por exemplo. Confira aqui quais são os empréstimos com juros mais baratos.

2. Quem oferece microcrédito?

“No Brasil, a oferta de microcrédito envolve diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central a fornecer esse tipo de financiamento”, afirma Heverton.

Algumas das principais entidades incluem instituições financeiras como a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de bancos, cooperativas de crédito e as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs).

“Segundo dados da Abcred, no 1º semestre de 2023, o microcrédito teve um impacto significativo, com 141 mil clientes ativos”, relata.

3. Quem pode pedir microcrédito?

Atenção porque aqui é que está a principal diferença do microcrédito para outras modalidades de financiamento.

Em primeiro lugar, o microcrédito pode ser solicitado tanto por microempreendedores formais quanto informais.

Apenas para termos uma ideia, Heverton esclarece que na Finsol, que é a parte de microcrédito da Omni, 65% do público ainda não é bancarizado. “Ou seja, não tem conta ou movimentações em instituições financeiras, o que significa que são invisíveis para o sistema tradicional”, diz ele.

4. O que é preciso para pedir microcrédito?

“Geralmente, com documentos e algumas comprovações bancárias, as pessoas conseguem o microcrédito”, afirma Heverton.

E tem um detalhe interessante. Segundo o especialista, empreendedores que trabalham por conta própria conseguem o microcrédito no formato de aval solidário. “Isso acontece quando as pessoas se juntam para obter o empréstimo e são corresponsáveis”, diz ele. “Aqui na parte de microcrédito da Omni, 60% das concessões são nesse formato”, afirma.

Outra diferença importante é que, para a concessão de microcrédito, é possível adotar uma “análise julgamental” para avaliar a capacidade de pagamento dos tomadores de microcrédito.

“Nesse método, testemunhos de clientes e parceiros do empreendedor servem como comprovação”, afirma Heverton. “Essa abordagem mais flexível permite gerenciar os riscos de forma apropriada, proporcionando acesso a crédito a um público que de outra forma poderia ser negligenciado”, diz ele.

5. Para quais finalidades esse tipo de crédito pode ser utilizado?

Na opinição do especialista, o microcrédito é fornecido para aqueles que fomentam o Brasil, que ajudam a economia a girar.

“Ou seja, seu foco são micros e pequenos empresários que precisam investir em compra ou modernização de máquinas e equipamentos, reformar o seu estabelecimento etc”, explica.

6. Quais são as vantagens do microcrédito?

Herverton afirma que vale a pena olhar para as vantagens do microcrédito sob dois aspectos.

O primeiro é o ponto de vista do desenvolvimento econômico. “A geração de trabalho e renda para as famílias que utilizam o microcrédito favorece a oportunidade para o primeiro financiamento e alternativas de trabalho e renda”, diz ele.

Além disso, ele acredita que essa modalidade de crédito possa resultar no combate à pobreza, à medida que o crédito melhora a qualidade de vida da população que está na base da pirâmide econômica e social.

O segundo ponto de vista que ele destaca é o fato de o microcrédito ser geralmente acessado por empreendedores que têm dificuldade de conseguir qualquer outro tipo de crédito.

Isso porque suas condições são mais flexíveis. Por exemplo, não há exigência da garantia real e a contratação costuma ser rápida. “O prazo para o primeiro crédito é, em média, de um dia”, diz ele. “Para o crédito recorrente, são necessárias apenas algumas horas” afirma.

7. E quais são as desvantagens?

Se há desvantagens? Sim, pelo menos uma. “A necessidade de apresentar avalista”, declara Heverton. E quem pode ser esse avalista?

Existem três opções, basicamente. A primeira é o Aval Solidário, que é um grupo de pessoas captam o crédito juntas e cada uma atua como avalista da outra. “Então há dispensa da garantia real”, explica o especialista.

O segundo caso é tradicional, em que o avalista pessoa física tem renda comprovada, contra-cheque etc.

Por último, há a possibilidade de ter um avalista com renda declarada, mesmo que seja de um trabalho informal.

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