Fundos operados por robôs já são uma realidade no Brasil. Eles crescem ano a ano e atraem muitos investidores, mas mesmo quem não aposta na gestão quantitativa pode aprender com o modo de operar dos algoritmos. Eles são sofisticados e é preciso muito estudo para desenvolvê-los, mas os princípios que as máquinas seguem são relativamente simples e podem ser aplicados nas operações de qualquer um. Aqui vão algumas lições que os algoritmos investidores nos ensinam:
Estude antes de investir
Uma das grandes vantagens em ter a inteligência artificial analisando todas as movimentações do mercado é a enorme eficiência que ela acrescenta à operação. “Os algoritmos nunca se esquecem de variáveis relevantes. Se é para olhar 20 variáveis, eles olham, diferentemente de um trader humano”, diz Victor Dweck, gestor e cofundador da Quantamental, empresa incorporada pela Itaú Asset neste ano.
Aqui, os robôs nos mostram a importância de analisar a maior quantidade de variáveis possível no mercado. É claro que não temos a mesma capacidade das máquinas, mas grande parte do sucesso dos algoritmos pode ser creditada à preocupação em interpretar o maior número possível de informações antes de montar uma posição.
Investir com base em “achismos” está longe de ser o modelo ideal. Portanto, quando for em investir em algo, pesquise e saiba para onde está indo seu dinheiro.
Mais racional e menos emocional
Sabemos que muitos investidores costumam operar com o coração em alguns momentos, desmontando posições na primeira queda ou comprando de maneira desproporcional tentando aumentar os ganhos. Mas os agentes do mercado dizem que os órgãos mais importantes para operar são cérebro e estômago, para definir uma estratégia e seguir com ela mesmo diante de volatilidade. E mesmo sem órgãos, os robôs dão aula nesse quesito.
Dweck diz que o algoritmo “não fica medroso quando está perdendo dinheiro e não ‘se acha o cara’ quando está ganhando, ele faz a posição do tamanho certo”. Eles mostram que é preciso desenhar uma boa estratégia e acreditar nela, mesmo em momentos de perda.
Caio Castro, sócio da DAO Capital, conta que no segundo trimestre queria colocar mais dinheiro na Bolsa, mas os robôs mostravam que esta não era uma boa ideia: “nosso sinal de baixa volatilidade estava na casa do chapéu”. Ele decidiu confiar na estratégia que as máquinas desenharam e não se arrepende disto: “se eu tivesse aumentado a posição teria me dado mal”.
Diversificação
Quantas vezes você ouviu falar que diversificação é essencial para a construção de uma carteira vencedora? Pois aqui vai mais um exemplo que mostra a importância de apostar em vários ativos. “Tenho 12 traders (os robôs) que operam de forma distinta uns dos outros. Tem dia de ganhos e outros de perdas, mas, ao longo dos meses, eles são vencedores”, diz Victor Dweck.