De repente, a cotação do dólar caiu. Em um ano com guerra, inflação global e ainda uma eleição polarizada, o Brasil se viu em meio a uma queda inesperada da moeda. O especialista líder em investimentos do Itaú Unibanco, Victor Vietti, disse nesta sexta-feira (22) no Manhã Inteligente, que a perspectiva do banco é de que o dólar deva ficar em R$ 4,80 no final deste ano. Hoje, a moeda já está sendo cotada neste valor, depois de subir 4,04%, a maior alta diária registada desde 2020. Este resultado veio com a aposta de uma maior agressividade do FED, que é o Banco Central dos EUA, em relação ao aumento dos juros, ao mesmo tempo que o noticiário político local elevava a cautela de investidores.
O que motiva as oscilações do dólar?
Mas deverá haver muita oscilação até dezembro. Os motivos, segundo Victor, são basicamente dois: o choque das commodities e os juros. Sem contar as eleições presidenciais e crises políticas que ainda podem pipocar até lá.
O choque nos preços das commodities, que acontece sempre que os preços das matérias-primas disparam – ou são corroídos. No cenário atual, estamos falando do aumento das commodities.
Quanto aos juros, a explicação é simples. O Brasil tem hoje um dos maiores juros reais do mundo. “Então, os investidores estrangeiros vêm para cá em busca de retornos relativamente seguros. Brasil ficou interessante para o estrangeiro”, afirma Victor. Em linhas gerais, juros altos garantem um certo dinheiro fácil para os investidores, ainda que o risco-país abale o cenário. “Os investidores comparam os juros que Brasil paga versus o que os EUA pagam, que está abaixo de 1%.”
Tudo pode mudar se o FED aumentar os juros de forma rápida. Aí, o diferencial entre o Brasil e os EUA vai diminuir, o que coloca pressão no real. “Que é o que já estamos vendo hoje”, disse Victor.
Veja a análise do cenário feita por Victor Vietti logo abaixo: