Organize suas contas: 5 passos para você melhorar sua relação com o dinheiro

Saiba como controlar as finanças para você não se perder ao longo do mês

Se você é daqueles ou daquelas que sentem frio na barriga na hora de pensar em como organizar as contas, uma coisa é fato, está mais do que na hora de organizar suas finanças.

Além disso, vale saber que você não está sozinho nessa. Aliás, pelo contrário. Afinal de contas, de acordo com dados da pesquisa Dismorfia Financeira, desenvolvida pelo will Bank, cerca de 90% dos brasileiros entrevistados não conseguem comprar tudo o que gostariam ao longo do mês. E mais: eles não contam com uma reserva de emergência.

E é nesse segundo quesito que acende uma luz vermelha, já que ter um montante separado para imprevistos é algo primordial dentro do planejamento financeiro.

Como organizar as contas?

Então, para te ajudar nessa empreitada, a Inteligência Financeira, com a ajuda de Mila Gaudencio, economista e educadora financeira, trouxe algumas dicas para você organizar as contas. E assim, conseguir ter um valor – mesmo que seja pequeno – para poder começar a criar a sua reserva de emergência.

E aí, na sequência, partir para os investimentos propriamente dito.

Aliás, vale saber que Mila destaca essas atitudes pelo fato de serem, de certa forma, mais tranquilas de você incorporar no seu dia a dia. Desse modo, é possível construir um vínculo positivo com o dinheiro.

Dito isso, bora conhecer quais são as dicas de Mila Gaudencio sobre como organizar as contas e ter uma boa relação com o dinheiro?

1. Identifique os gatos e coloque-os em categorias

O primeiro passo pode até parecer meio óbvio, mas poucas pessoas fazem isso. Portanto, é hora de listar todas as contas mensais. Ou seja, os débitos de água, luz, moradia (aluguel ou financiamento imobiliário), internet etc.

Além disso, claro, não podemos esquecer valores de presentes, por exemplo, ou coisas mais supérfluas. Enfim, todos os gatos. Feito isso, é hora de categorizar as contas em:

  • A (alimentação);
  • B (contas básicas);
  • C (conforto).

“A categoria de conforto, em geral, é a que permite mais ajustes. Mas é também muito particular. Isso porque é onde está a diferença entre custo de vida e estilo de vida. No estilo de vida estão despesas que não são primordiais, mas que a pessoa não abre mão e, por isso, entram no custo de vida. Com essa visão clara sobre os gastos é possível adaptar dentro da sua realidade caminhos para que o dinheiro seja um propiciador de conquistas e não um limitador”, explica Mila.

E aí, com essas informações mais claras, é possível revisar os gastos e fazer mudanças para ter alguma economia. Ou seja, começar, de fato, a organizar as contas.

2. Encontre oportunidades para economizar

E aqui vale de tudo, como por exemplo, fazer compras com amigos e familiares em mercados de atacarejo. Aliás, essa pode ser uma boa estratégia para deixar as contas básicas de alimentação mais enxutas. Além disso, vale a boa e velha tática de pesquisar preços.

Outra dica é usar a portabilidade de serviços a seu favor. Para isso, pesquise os valores dos planos de celular, internet e TV a cabo, e encontre aquele mais barato. Mas, claro, sem abrir mão de um serviço de qualidade.

Além disso, não podemos esquecer das assinaturas de streamings. “É possível fazer uma lista de interesses e contratar o serviço por tempo determinado. Assim, depois de maratonar a série ou esgotar a relação de filmes pretendidos naquela plataforma, você pode cancelar a assinatura e contratar um outro serviço que ofereça os próximos títulos desejados”, ensina a economista.

3. Aproveite os cashbacks e os programas de pontos para organizar as contas

Já faz um tempinho que o processo de cashback chegou por aqui no Brasil. E claro que nós adoramos. Afinal de contas, quem não quer ter de volta uma porcentagem do valor pago na compra de algum produto, não é mesmo?

O porém é que apenas 17% dos brasileiros são adeptos dessa modalidade, foi o que apontou o estudo Dismorfia Financeira.

E essa grande parcela que não utiliza o cashback mal sabe que é possível usar do artifício para organizar as contas. Isso porque, com os valores que retornam, você pode fazer compras futuras com desconto.

E os famosos programas de pontos também devem entrar na rotina de como organizar as contas.

Já que esses sistemas disponibilizam descontos em serviços como viagens, farmácias e outros benefícios. “De grão em grão a economia acontece”, ressalta Mila.

4. Filosofia do ‘Eu, eu mesmo & Irene’ (passado, presente e futuro)

Ainda de acordo com a economista, a analogia ao famoso filme estrelado por Jim Carrey é uma forma prática de falar sobre as três versões que as pessoas carregam dentro de si.

Portanto, o “eu” representa o passado e as escolhas feitas, já o “eu mesmo” traz um retrato do que acontece agora, junto com as necessidades atuais e o reflexo das escolhas passadas. E, por fim, vem a “Irene”, que é o futuro. Ou seja, uma desconhecida muitas vezes negligenciada.

Por isso, ao mapear e entender como organizar as contas, é possível fazer a relação com essas três versões.

“A partir disso, então, é preciso se programar de forma diferente para que o futuro seja um processo positivo e cuidadosamente planejado. E assim, evitar ações que se repitam. Portanto, visite seu eu do futuro, estabeleça metas e cuide para que elas aconteçam”, pontua a especialista.

5. Reinvente a forma como você encara seus gastos

E para que isso aconteça da melhor forma possível, Mila Gaudencio afirma que o importante é tornar esse momento de organizar as contas prazeroso e de aprendizado.

Então, segundo a especialista, antes de olhar para as finanças do mês, faça uma atividade que te dê prazer e vá com essa energia revisar e ajustar o que precisa ser adaptado.

“No final do dia, o dinheiro é seu amigo e está ali para ser usado com sabedoria. Por isso é importante lembrar que uma ação isolada pode não fazer diferença imediata. Mas quando se olha a construção de toda essa jornada, criamos hábitos saudáveis que favorecem a médio e longo prazo uma relação mais saudável, transparente e positiva com o dinheiro”, finaliza Mila.