Hapvida (HAPV3)

Powered by TradingView
A Hapvida (HAPV3) é uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, com mais de 15,8 milhões de clientes. Em 2018, a empresa abriu o seu capital e passou a negociar sua ações na B3 pelo ticker HAPV3. A empresa conta com assistencial própria, com 85 hospitais, 77 prontos atendimentos e 341 clínicas médicas. Os números são altos pois, em 2022, a Hapvida comprou o Grupo NotreDame, tornando-se a Hapvida NotreDame Intermédica e consolidando-se no setor.
Hapvida e a ANS
Após concluir a consulta pública sobre os temas de reajuste em planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) propôs novas normas para o repasse de preços de seguradoras aos consumidores. Assim como limites de coparticipação sobre a taxa mensal dos planos.
A Hapvida (HAPV3), então, divulgou um comunicado criticando os resultados preliminares sobre possíveis mudanças regulatórias em planos de saúde propostas pela ANS.
Em suma, a Hapvida NotreDame Intermediária alega que as mudanças em discussão, caso aprovadas nos termos atuais, podem impactar os produtos que ela oferece, mas não vislumbra um impacto financeiro material em suas operações.
No entanto, a empresa tem sentido essa briga reverberar diretamente no bolso: logo após a divulgação do comunicado, as ações despencaram mais de 11%. No acumulado de 2024, HAPV3 já perdeu cerca de um terço do seu valor.
“A mudança na regulação pela ANS, que deixa os planos de saúde mais baratos, é perigoso para a empresa, dado que esse segmento envolve altas taxas de sinistralidades”, explica Angelo Belitardo, gestor de investimentos da Hike Capital.
Problemas judiciais
Outra polêmica que envolve a Hapvida (HAPV3) são o alto número de processos judiciais. Nos últimos anos, mudanças no segmento permitiram incluir procedimentos médicos na cobertura dos planos de saúde.
Em razão da falta de clareza sobre quais situações podem ou não ter cobertura, uma onda de processos vem chegando à Justiça. De julho a setembro de 2024, os depósitos judiciais da Hapvida para ações cíveis cresceram R$ 133 milhões sobre o trimestre anterior. No fim do terceiro trimestre, a companhia já tinha R$ 869 milhões em bloqueios e depósitos judiciais. É mais do que o dobro de 2023, para nível de comparação.
Por isso, Belitardo alerta: “Os depósitos judiciais são uma conta no ativo de seu balanço, no qual a companhia tem desembolsado elevados volumes de recursos como requisito regulatório ou processos judiciais”.
E vai além. “Por conta desse crescimento agressivo nos depósitos judiciais, a Hapvida vê a sua necessidade de endividamento subir cada vez mais, enquanto as taxas de juros estão bastante elevadas”, diz o gestor de investimentos da Hike Capital.
*Com reportagem de Juliana Faddul
Leia a seguir