Inflação da Copa do Mundo: veja o que ficou mais caro para torcer pelo Brasil

Economista da XP levantou preços dos itens cujo consumo cresce durante o período da competição

O preço do pacote de figurinhas da Copa do Mundo de 2022 dobrou de preço em relação à última edição do mundial – e virou piada na web. Mas o torcedor que deixar de lado o álbum da Copa também vai sentir com força o peso da inflação: da camisa da seleção canarinha à carne e à cerveja para o churrasco dos dias de jogos, tudo ficou (bem) mais caro em relação à Copa da Rússia, em 2018.

Um levantamento feito pela economista da XP Tatiana Nogueira, e antecipado ao g1, mostra que os itens mais consumidos durante a competição tiveram alta de dois dígitos desde 2018 – muitas delas, acima da inflação de 26,8% acumulada no período.

Churrasco ‘ameaçado’

Depois das figurinhas, o item cujo preço mais subiu foi a carne, que ficou 79,1% mais cara. Refrigerante e água subiram bem menos: 23,7%. E, para quem não dispensa a cerveja, a geladinha teve alta de 20,2% consumida dentro do domicílio, abaixo da inflação (mas ainda assim bem cara!).

E vai ter muita gente assistindo a Copa na mesma televisão de 2018: os televisores estão 17% mais caros que em 2018.

“Curioso é que este é o único item a registrar quedas consistentes de preço desde 2006, por conta dos ganhos de produtividade e mudança rápida da tecnologia. Com os efeitos da pandemia, porém, o aumento da demanda e o setor severamente impactado pela disrupção da cadeia global de suprimentos, os preços passaram a subir”, aponta Tatiana.

Alívio no bar

Pra quem prefere comemorar no bar, a boa notícia é que a alta foi mais ‘discreta’: a cerveja ficou ‘só’ 14,9% mais cara fora do domicílio – a menor alta entre os itens levantados pela economista.

Já água e refrigerante subiram mais: fora do domicílio, a alta foi de 20,2%.

“Mas vale lembrar que, na média, consumir fora do domicílio é 15% mais caro”, lembra a economista.

Torcida uniformizada?

Quem quiser torcer usando a nova camisa da seleção também deve preparar o bolso: a oficial sai por R$ 349,99 – um salto de 40% em relação a 2018, e bem acima da inflação acumulada no período.

O setor de vestuário, aliás, vem batendo recordes de alta, alcançando 16,66% no acumulado em 12 meses até julho, a maior variação desde 1995.

Por Laura Naime